06/Aug/2025
O consultor Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, afirmou que um acordo comercial entre Estados Unidos e China derrubará os prêmios da soja brasileira. Para ele, a questão "não é se haverá o acerto, mas quando será finalizado". Durante palestra no Congresso da Andav 2025, nesta terça-feira (05/08), em São Paulo, ele destacou que os prêmios pagos nos portos do País atingiram patamar recorde para agosto, sustentados pela guerra comercial que já dura oito meses. Segundo Cogo, os prêmios atuais, acima de US$ 2 por bushel, elevam a cotação de US$ 10,50 na Bolsa de Chicago para o equivalente a US$ 12,50 no Brasil, diferença que, em muitos casos, define a margem entre lucro e prejuízo. Ele observou que esse ganho extra decorre da concentração inédita das compras chinesas no Brasil, cenário que pode se reverter rapidamente se Pequim voltar a adquirir soja norte-americana.
O consultor apresentou simulação indicando que, se o acordo bilateral incluir produtos agrícolas, o preço interno pode recuar para a faixa de R$ 90,00 por saca de 60 Kg na colheita, ante os atuais R$ 110,00 a R$ 120,00 por saca de 60 Kg. Apesar do risco, Cogo avaliou que o Brasil está possivelmente no último ano do ciclo de baixa da oleaginosa. Ele citou a redução de área plantada nos Estados Unidos e na Argentina, enquanto o Brasil segue expandindo, e a estabilidade da relação estoque-consumo global após anos de alta. O analista ressaltou a competitividade brasileira mesmo em cenário adverso e recomendou atenção ao momento das vendas. "Quem está precificando essa soja agora e conseguindo capturar prêmio, preço futuro e travando ou não o câmbio vai assegurar um prêmio positivo", disse. Fonte: Broadcast Agro.