05/Aug/2025

No mercado interno de soja, os preços registram leve alta entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca de 60 Kg nesta segunda-feira (04/08). O dólar fechou em baixa ante o Real nesta segunda-feira (04/08), recuando pela segunda sessão seguida diante da perspectiva de retomada do afrouxamento monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e na esteira da recuperação de ativos brasileiros depois das perdas acumuladas com a ação tarifária dos Estados Unidos sobre o Brasil. O dólar fechou em baixa de 0,69%, a R$ 5,50.

Os movimentos do Real na sessão tiveram como pano de fundo as perdas da moeda norte-americana ante divisas emergentes, como o rand sul-africano e o peso chileno, uma vez que os mercados continuaram repercutindo um relatório de emprego fraco dos Estados Unidos na semana passada. Os números mostraram que os empregadores dos Estados Unidos criaram bem menos postos de trabalho do que o esperado em julho, enquanto os resultados dos dois meses anteriores foram revisados de forma acentuada para baixo, sugerindo perda na resiliência do mercado de trabalho. Com isso, operadores têm reavaliado as apostas sobre os próximos movimentos do Fed, projetando agora mais de 90% de chance de um corte de 0,25% na taxa de juros já na próxima reunião, em setembro.

Juros mais baixos nos Estados Unidos pressionam o dólar nos mercados globais. Para o Brasil, previsibilidade fiscal e estabilidade institucional serão determinantes para sustentar a confiança dos investidores e evitar novas pressões sobre ativos locais. No cenário doméstico, o mercado também tem se mostrado um pouco mais aliviado com o atual panorama das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, depois que o presidente Donald Trump oficializou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, mas excluiu uma série de produtos da taxa. No entanto, ainda prevalece um sentimento de cautela, enquanto o governo brasileiro busca negociar para que outros produtos recebem isenção da taxa punitiva.

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta segunda-feira (04/08). O mercado passou por correção após ter recuado em cinco dos seis pregões anteriores e acumulado perda de 3,72% no período. O enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras, também deu algum suporte aos preços. Os ganhos foram sustentados ainda pelo desempenho do farelo de soja, que avançou mais de 1,5%. O vencimento novembro da oleaginosa subiu 5,25 cents (0,53%), e fechou a US$ 9,94 por bushel. A previsão de chuvas escassas em boa parte desta semana no Meio Oeste dos Estados Unidos foi outro fator altista para as cotações.

Traders no mercado de soja estão bastante atentos ao clima nos Estados Unidos, já que agosto é um mês decisivo para o desenvolvimento da safra da oleaginosa. A atenção deve ser redobrada nas próximas semanas, e é possível ver um aumento da volatilidade na Bolsa de Chicago. Dados de inspeção de embarques dos Estados Unidos contribuíram para a alta. A China, porém, ainda não apareceu entre os destinos, o que limitou os ganhos. A China pratica um vazio comercial raro para esta época do ano, com os Estados Unidos registrando as piores vendas externas dos últimos cinco anos para o período.

Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, os preços giram entre R$ 124,00 e R$ 125,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Há registro pontual de negócios a R$ 130,00 por saca de 60 Kg. Para a safra 2025/2026, os compradores indicam entre R$ 117,00 e R$ 118,00 por saca de 60 Kg FOB, para entrega em fevereiro e pagamento no fim de abril. No Paraná, na região de Ponta Grossa, os compradores indicam entre R$ 123,00 e R$ 125,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em até cinco dias e liquidação no início de setembro. Em algumas operações com entrega no fim do mês, as indicações chegam a R$ 133,00 por saca de 60 Kg. Para safra 2025/2026, a indicação gira entre R$ 130,00 e R$ 132,00 por saca de 60 Kg CIF indústria para março.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.