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05/Aug/2025

Previsão de preços da soja estáveis em 2025/2026

Segundo o Citi, a demanda firme no mercado interno e externo, aliada à recuperação das margens de esmagamento e à valorização do dólar, deve continuar sustentando os preços da soja no Brasil ao longo da safra 2024/2025. Para o ciclo 2025/2026, a projeção é de estabilidade, com preço médio de US$ 10,53 por bushel na Bolsa de Chicago. As estimativas consideram 70% de chance para esse cenário base. No intervalo projetado, a soja pode variar entre US$ 9,25 e US$ 12,00 por bushel, dependendo das condições do mercado. Os preços internos da soja apresentaram leve alta no início de julho, mantendo-se estáveis em relação aos níveis observados desde janeiro.

Mesmo com uma safra recorde, a comercialização segue aquecida, com volumes de exportação acima da média histórica e prêmios positivos nos portos durante o pico da colheita. A valorização do dólar frente ao Real também reforça os preços locais. O esmagamento doméstico permanece próximo de volumes recordes, favorecido pela boa rentabilidade da indústria. As margens do processamento de soja continuam firmes, e os preços do farelo e do óleo seguem sustentados. A curva futura da oleaginosa aponta preços estáveis entre US$ 10,50 e US$ 10,55 por bushel ao longo dos próximos quatro trimestres. Na produção agrícola, a previsão é de melhora significativa nas margens da safra 2024/2025, com redução dos custos médios e ganhos de produtividade em vários Estados.

A combinação desses fatores deve garantir maior lucratividade neste ciclo, ainda que os preços se mantenham abaixo dos observados entre 2020 e 2022. Para a safra 2025/2026, o cenário é de cautela. Não há perspectiva clara de aumento de margem, pois os custos de insumos voltaram a subir, com destaque para os fertilizantes. A pressão sobre os preços dos adubos tem sido reforçada por fatores geopolíticos e pela menor oferta global, o que pode comprometer parte do ganho obtido na temporada atual. O relatório também destaca o impacto da nova política de biocombustíveis sobre a soja. Desde 1º de agosto, entrou em vigor o B15, que eleva de 14% para 15% a mistura obrigatória de biodiesel no diesel.

O óleo de soja, principal matéria-prima do biodiesel no Brasil, deve ser diretamente afetado. A mudança tende a aumentar a demanda estrutural pelo produto e beneficiar os processadores. Contudo, o aumento do consumo pode reduzir a oferta interna e pressionar as margens de esmagamento, exigindo adaptação logística e regulatória da cadeia. Sobre o ambiente de crédito no agronegócio. os financiamentos direcionados ao setor ainda não apresentaram recuperação expressiva no primeiro semestre, o que exige atenção dos agentes financeiros e reguladores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.