30/Jul/2025
No mercado interno de soja, os preços se mantêm praticamente estáveis nesta terça-feira (29/07). Após avanços nos pregões recentes, o dólar passou nesta terça-feira (29/07) por um ajuste de baixa ante o Real, amparado pela esperança de que o governo Lula possa obter algum avanço nas negociações comerciais com os Estados Unidos, a poucos dias do início do tarifaço sobre os produtos brasileiros. O dólar fechou com baixa de 0,43%, a R$ 5,56. Desde o anúncio pelos Estados Unidos da tarifa de 50% para os produtos brasileiros, em 9 de julho, o dólar havia subido R$ 0,15 até a sessão da véspera, o que deixava margem para ajustes nesta terça-feira (29/07). A sessão foi no geral positiva para os ativos brasileiros, em meio à esperança de que o governo Lula consiga negociar algum tipo de isenção ou redução de tarifa.
Do lado dos Estados Unidos, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que recursos naturais que não são cultivados no território norte-americano, incluindo café e cacau, podem ser isentos de tarifas de importação quando acordos comerciais com países produtores forem firmados. A fala contribuiu para a avaliação de que pode haver brechas para negociação. O recuo da moeda norte-americana ocorreu a despeito de, no exterior, o dólar estar em alta ante boa parte das demais divisas, incluindo pares do Real. As atenções também estarão voltadas ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidem nesta quarta-feira (30/07) sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e no Brasil. O Brasil está com diferencial de juros grande.
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (29/07), pressionados pela melhora na qualidade da safra norte-americana e pela persistente ausência de compras chinesas. O vencimento novembro da oleaginosa recuou 2,00 cents (0,20%), e fechou a US$ 10,09 por bushel, em sessão marcada por fundamentos baixistas no lado da oferta. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 70% das lavouras de soja estavam em condição boa ou excelente na semana encerrada em 27 de julho, ante 68% na semana anterior. O resultado superou as expectativas de analistas, que previam leve piora. A ausência da China no mercado norte-americano segue pesando sobre os preços.
A China exportou 150 mil toneladas de óleo de soja para a Índia com grandes descontos em relação aos preços sul-americanos, indicando altos estoques internos de farelo e óleo. A redução das retenções argentinas também pressionou as cotações. No Brasil, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) revisou para baixo a estimativa de exportação de soja em julho. O complexo soja teve desempenho misto nesta terça-feira (29/07): o farelo para dezembro recuou US$ 2,80 (1,00%), a US$ 276,50 por tonelada, enquanto o óleo de soja para dezembro avançou 79 pontos (1,41%), fechando a 56,78 cents por libra-peso, impulsionado pela alta do petróleo e pela demanda firme por biodiesel.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, os compradores indicam entre R$ 119,00 e R$ 120,00 por saca de 60 Kg FOB. Para a safra 2025/2026, as indicações estão entre R$ 117,00 e R$ 120,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque a partir de fevereiro. Em São Paulo, na região de Campinas, a indicação é de R$ 143,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para entrega entre agosto e setembro e pagamento no fim de setembro ou início de outubro. No Porto de Paranaguá (PR), as indicações para entrega imediata chegam a R$ 138,00 por saca de 60 Kg CIF. Para safra 2025/2026, a indicação é de R$ 135,00 por saca de 60 Kg CIF.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.