30/Jul/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (29/07), pressionados pela melhora na qualidade da safra norte-americana e pela persistente ausência de compras chinesas. O vencimento novembro da oleaginosa recuou 2,00 cents (0,20%), e fechou a US$ 10,09 por bushel, em sessão marcada por fundamentos baixistas no lado da oferta. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 70% das lavouras de soja estavam em condição boa ou excelente na semana encerrada em 27 de julho, ante 68% na semana anterior. O resultado superou as expectativas de analistas, que previam leve piora. A previsão de temperaturas mais baixas nos próximos dias também deve ter um efeito positivo no desenvolvimento das plantas.
A ausência da China no mercado norte-americano segue pesando sobre os preços. Dados do USDA mostram que o país asiático ainda não registrou compromissos de compra para a safra 2025/2026, contrastando com a média histórica de 28,6 milhões de toneladas dos últimos anos. Segundo a Reuters, a China exportou 150 mil toneladas de óleo de soja para a Índia com grandes descontos em relação aos preços sul-americanos, indicando altos estoques internos de farelo e óleo. A redução das retenções argentinas também pressionou as cotações. O país reduziu o imposto sobre a soja de 33% para 26%, enquanto farelo e óleo passaram de 31% para 24,5%.
Segundo o Commerzbank, impostos mais baixos tornarão o cultivo mais atraente para os agricultores argentinos, podendo aumentar a oferta futura já na próxima safra. No Brasil, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) revisou para baixo a estimativa de exportação de soja em julho, de 12,11 milhões de toneladas para 12,06 milhões de toneladas. O volume ainda representa alta de 25,7% ante os 9,60 milhões de toneladas embarcadas em julho de 2024. O complexo soja teve desempenho misto nesta terça-feira (29/07): o farelo para dezembro recuou US$ 2,80 (1,00%), a US$ 276,50 por tonelada, enquanto o óleo de soja para dezembro avançou 79 pontos (1,41%), fechando a 56,78 cents por libra-peso, impulsionado pela alta do petróleo e pela demanda firme por biodiesel.