29/Jul/2025
Os contratos futuros de soja caíram nesta segunda-feira (28/07) na Bolsa de Chicago, pressionados pela redução das alíquotas de exportação na Argentina e pela ausência da China nas compras da nova safra dos Estados Unidos. O vencimento novembro recuou 9,50 centavos (0,93%) e fechou a US$ 10,11 por bushel, no menor patamar em duas semanas. A decisão do governo argentino de reduzir as chamadas retenciones ampliou a competitividade da soja argentina no mercado internacional. As alíquotas caíram de 33% para 26% no grão e de 31% para 24,5% no farelo e no óleo. Segundo estimativas privadas, a medida melhora em cerca de 10% os preços líquidos de exportação da Argentina, com impacto direto sobre os prêmios e sobre a posição dos Estados Unidos nas vendas externas.
A valorização do dólar ante o Real reforça a pressão sobre a Bolsa de Chicago, ao estimular os embarques do Brasil e aumentar a oferta disponível no curto prazo. No paralelo, a China continua ausente do mercado norte-americano, sem compromissos registrados para a safra 2025/2026, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Entre 2021 e 2023, a média de compromissos chineses nesse período do ano foi de 28,6 milhões de toneladas. Compras pontuais de farelo argentino por parte da China refletem mais um movimento diplomático do que uma guinada comercial.
A ausência de negócios de grande volume segue indicando que a China busca diversificar seus fornecedores, mas ainda de forma gradual. No campo macroeconômico, representantes dos governos dos Estados Unidos e da China se reuniram nesta segunda-feira (28/07) em Estocolmo para discutir a prorrogação da trégua tarifária, que vence em 12 de agosto. A expectativa de analistas é de que o acordo possa ser estendido por mais 90 dias. O pacto entre Estados Unidos e União Europeia, fechado no fim de semana, não trouxe sinalizações sobre o comércio de grãos. Os fundos de investimento reduziram a posição vendida líquida e passaram a deter saldo comprado de 9.109 contratos de soja, segundo a CFTC.