25/Jul/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta quinta-feira (24/07), em movimento de recuperação técnica após três sessões consecutivas de perdas, apesar das vendas norte-americanas fracas e da persistente ausência da China. O vencimento novembro subiu 4,75 centavos (0,46%) e fechou a US$ 10,27 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que as vendas de soja totalizaram 399,7 mil toneladas na semana encerrada em 17 de julho, abaixo do piso das estimativas. O volume combina 160,9 mil toneladas da safra 2024/2025, com queda de 41% ante a semana anterior, e 238,8 mil toneladas da temporada 2025/2026. Apesar dos dados fracos de vendas, a soja encontrou suporte na valorização do óleo, impulsionado pelos ganhos do petróleo que sustentam a demanda por biocombustíveis.
A proposta da Agência de Proteção Ambiental (EPA) de ampliar em 67% a mistura obrigatória de biodiesel nos Estados Unidos continua oferecendo perspectiva positiva para o complexo. A Hedgepoint Global Markets estima que, se aprovada, a medida pode elevar o esmagamento entre 2,5 milhões e 5 milhões de toneladas, reduzindo os estoques finais norte-americanos para um intervalo entre 4 milhões e 7 milhões de toneladas. O movimento técnico também foi favorecido por compras de oportunidade após as perdas acumuladas. A principal ausência no relatório semanal foi a da China, maior importadora mundial da oleaginosa. Segundo dados do USDA, o país asiático permanece com zero compromissos de compra da nova safra norte-americana, contrastando com a média histórica de 28,6 milhões de toneladas entre 2021-2023. Um episódio matinal ilustrou a expectativa frustrada do mercado em relação à China.
O USDA inicialmente reportou vendas de 135 mil toneladas de milho para a China, mas depois corrigiu a informação, identificando a Coreia do Sul como compradora real. A retificação reforçou a percepção de que a China está completamente ausente do mercado norte-americano. A AgResource observa que exportadores norte-americanos relatam que a China sequer está consultando ofertas de soja e milho dos Estados Unidos. O receio é de que os Estados Unidos continuem perdendo demanda de exportação de soja para a China devido às negociações comerciais e aos impasses em curso. No complexo soja, o desempenho dos derivados também ficou aquém das expectativas. As vendas de farelo somaram 274,5 mil toneladas, próximas ao piso das estimativas de 250 mil toneladas. O óleo registrou cancelamentos líquidos de 600 toneladas na safra 2024/2025, com apenas 2 mil toneladas vendidas para 2025/2026.