24/Jul/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam com leve baixa nesta quarta-feira (23/07), limitados pela ausência chinesa apesar do suporte dos novos acordos comerciais dos Estados Unidos e da perspectiva de maior demanda por biodiesel no mercado norte-americano. O vencimento novembro cedeu 2,75 centavos (0,27%) e fechou a US$ 10,22 por bushel. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou acordos comerciais com Japão e Filipinas, países que se comprometeram a ampliar suas compras agrícolas dos Estados Unidos.
Além disso, o acordo com a Indonésia prevê compras de US$ 4,5 bilhões em produtos como soja, farelo, trigo e algodão norte-americanos. O óleo de soja foi o principal motor da alta, valorizado pela proposta da Agência de Proteção Ambiental (EPA) para ampliar em 67% a mistura obrigatória de biocombustíveis nos Estados Unidos. Segundo a Hedgepoint Global Markets, a soja responde por aproximadamente 70% da produção de biodiesel e diesel renovável norte-americanos. Caso aprovada, a proposta pode gerar um aumento do esmagamento entre 2,5 milhões e 5 milhões de toneladas, podendo derrubar os estoques finais norte-americanos para níveis entre 4 milhões e 7 milhões de toneladas.
A ausência chinesa continua limitando ganhos maiores. O receio é de que cos Estados Unidos continuarão perdendo demanda de exportação de soja para a China devido às negociações comerciais e aos impasses em curso. A China continua adquirindo a maior parte de suas necessidades na América do Sul. As importações chinesas para 2024/2025 foram revisadas para baixo, de 108 milhões de toneladas para 106,5 milhões de toneladas, segundo a Hedgepoint, refletindo menor apetite diante da recomposição de estoques e margens de esmagamento mais fracas.
A Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) ajustou suas estimativas de embarques do Brasil em julho, reduzindo soja em grão de 12,19 milhões de toneladas para 12,11 milhões de toneladas, mantendo alta de 26% ante julho de 2024. O farelo teve projeção elevada para 2,39 milhões de toneladas, crescimento de 19% anual. A StoneX observa que a ausência chinesa ocorre por dois fatores: as tensões comerciais com os Estados Unidos e a capacidade da safra brasileira recorde suprir a demanda chinesa.