ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Jul/2025

Preços da soja recuam puxados por dólar e Chicago

No mercado interno de soja, os preços registram baixa entre R$ 1,00 e R$ 2,00 por saca de 60 Kg nesta segunda-feira (21/07). O dólar fechou esta segunda-feira (21/07) em baixa, acompanhando o recuo quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, ainda que os investidores sigam atentos aos impactos das tarifas comerciais do governo Trump e à possibilidade de mais ações específicas contra o Brasil. A moeda norte-americana fechou com queda de 0,40%, a R$ 5,56. Ainda sem acordos com uma série de parceiros comerciais, entre eles a União Europeia e a China, os Estados Unidos também seguem sem abrir brechas para negociação com o Brasil.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que insistirá na negociação comercial com os Estados Unidos, mas não descartou a possibilidade de os produtos brasileiros começarem a ser taxados em 50% em 1º de agosto, sem que o Brasil tenha recebido uma resposta das autoridades norte-americanas. Haddad afirmou ainda que o governo avalia implementar instrumentos de apoio a setores da economia impactados pela tarifa dos Estados Unidos, acrescentando que não necessariamente haverá impacto fiscal com as medidas.

A dificuldade do Brasil em negociar passa pelo fato de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estar exigindo como contrapartida o fim do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, uma questão do campo jurídico, e não comercial. Além das medidas já tomadas, investidores estarão atentos nesta semana a possíveis novas ações dos Estados Unidos contra o Brasil, que podem impactar o câmbio. Não é possível saber o que acontecerá. Mas, o cenário piorou muito e escala rapidamente. Ainda assim, as cotações do dólar demonstraram certa acomodação ante o Real, acompanhando o viés de baixa vindo do exterior.

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta segunda-feira (21/07), pressionados pela proximidade das tarifas dos Estados Unidos a partir de 1º de agosto e por realização de lucros após os ganhos da semana passada. O vencimento novembro cedeu 9,75 centavos (0,94%) e fechou a US$ 10,26 por bushel. O complexo da soja foi arrastado pela baixa generalizada dos grãos. A ausência de compras chinesas da nova safra norte-americana continua pesando sobre as cotações. As perspectivas de acordo comercial entre Estados Unidos e principais parceiros se deterioraram com a proximidade do prazo final de julho.

A partir de 1º de agosto, as tarifas de Donald Trump começam a valer para diversos países, incluindo a União Europeia, sem sinais concretos de negociação avançada. Há pessimismo crescente com o cenário comercial. Segundo a StoneX, não há muito otimismo do lado da oferta para a soja norte-americana, mas o foco tem se voltado para a demanda. As previsões climáticas sinalizam um agosto mais úmido e não tão quente, reduzindo preocupações com estresse nas lavouras. Apesar do dólar mais fraco, os futuros não conseguiram aproveitar esse suporte tradicionalmente altista.

No Paraná, na região de Ponta Grossa, há registro de negócios R$ 135,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em 15 de agosto; R$ 137,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque no fim de setembro; R$ 140,00 por saca de 60 Kg, para embarque em outubro. Para safra 2025/2026, a indicação está entre R$ 136,00 e R$ 139,00 por saca de 60 Kg no porto, para entrega em fevereiro e março e pagamento estendido. Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, a indicação está entre R$ 125,00 e R$ 127,00 por saca de 60 Kg, para embarque imediato e pagamento entre 11 e 19 dias. Para a safra 2025/2026, as indicações seguem firmes entre R$ 115,00 e R$ 118,00 por saca de 60 Kg.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.