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21/Jul/2025

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

O preço externo do óleo de soja está em alta e atingiu o maior patamar desde outubro/2023. O impulso vem das maiores demandas externa e norte-americana pelo derivado dos Estados Unidos. Ressalta-se que, no mercado norte-americano, a procura vem por parte dos setores alimentício e de biodiesel. Influenciados pela valorização externa, as cotações do óleo também estão avançando no Brasil. Além disso, espera-se crescimento na demanda nacional pelo derivado para a produção de biodiesel, em um ambiente de maior apetite global. Vale lembrar que o aumento nas “retenciones” na Argentina tende a redirecionar os importadores de derivados de soja aos Estados Unidos e ao Brasil. De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em 11 de julho, a produção global de óleo de soja é projetada em 71,06 milhões de toneladas na safra 2025/2026, aumento de 3,9% frente à safra 2024/2025 (68,36 milhões de toneladas). O USDA projeta consumo mundial em volume recorde, de 70,02 milhões de toneladas, 4,5% a mais que na atual temporada.

Do consumo mundial, 76% devem ser destinados ao setor alimentício e 23,8%, ao de biodiesel. As transações globais são estimadas em volume recorde de 14,17 milhões de toneladas na safra 2024/2025, mas podem ceder para 13,21 milhões de toneladas em 2025/2026. Nos Estados Unidos, especificamente, o consumo doméstico do óleo de soja é projetado em 13,8 milhões de toneladas na safra 2025/2026, 10,5% acima da safra atual (12,11 milhões de tonelada). O setor industrial norte-americano deve absorver 46% da safra atual (2024/25) e 53% da próxima temporada (2025/2026). As exportações norte-americanas de óleo de soja são previstas em 1,17 milhão de toneladas na safra atual, o maior volume desde 2019/2020. Para a safra 2025/2026, os embarques de óleo dos Estados Unidos devem cair para 318 mil toneladas. Para o Brasil, o consumo interno de óleo é projetado em 10,45 milhões de toneladas na safra 2025/2026, um recorde, e 3,4% acima das 10,11 milhões de toneladas projetadas para esta temporada (que finaliza em setembro/2025). No País, 61,2% do consumo deve vir do setor de biodiesel na próxima safra, acima dos 60,3% na temporada atual.

As exportações na safra atual devem crescer 5,4%, estimadas em 1,42 milhão de toneladas. Para a próxima safra, a projeção é de recuo de 8,7% nos embarques brasileiros de óleo. As exportações globais de óleo de soja elevadas na safra 2024/2025 se devem à firme demanda da Índia, que deve buscar no mercado mundial 5,1 milhões de toneladas de óleo de soja. Para a temporada seguinte, o USDA estima que o volume a ser importado pela Índica caia para 4,1 milhões de toneladas. As diminuições previstas nos embarques dos Estados Unidos e do Brasil na próxima safra estão atreladas às expectativas de maior exportação na Argentina, que deve passar de 6,45 milhões de toneladas nesta safra (de outubro/2024 a setembro/2-25), para 6,6 milhões de toneladas na seguinte (de outubro/2025 a setembro/2026). Diante deste contexto, na Bolsa de Chicago, o contrato Agosto/2025 do óleo de soja registra valorização de expressivos 5,1% nos últimos sete dias, a US$ 1.239,43 por tonelada, o maior valor nominal desde 9 de outubro/2023.

No mercado spot nacional, o preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso) registra avanço de 2,3% nos últimos sete dias, a R$ 6.633,86 por tonelada. A firme demanda por soja para o esmagamento sustenta os preços da matéria-prima nos Estados Unidos e no Brasil. No entanto, a alta é limitada pela oferta global elevada. O contrato Agosto/2025 negociado na Bolsa de Chicago apresenta avanço de 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 10,21 por bushel. No Brasil, nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,6%, cotado a R$ 137,46 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 130,80 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços da oleaginosa têm alta de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociações entre empresas).

De acordo com o relatório do USDA, a produção mundial de soja deve passar de 422 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, para 427,68 milhões de toneladas na safra 2025/2026, um novo recorde. As transações globais também devem ser recordes, passando de 180,73 milhões de toneladas na atual safra, para 187,63 milhões de toneladas na próxima. O esmagamento é estimado em 353,15 milhões de toneladas em 2024/2025 e em 367,71 milhões de toneladas em 2025/2026. Embora a demanda pelo farelo de soja seja crescente, a maior procura por óleo deve elevar o excedente de farelo no mercado global. Assim, o contrato Agosto/2025 na Bolsa de Chicago está cotado a US$ 296,19 por tonelada, queda de 1% nos últimos sete dias. No Brasil, as cotações oscilam dentre as regiões. A baixa é de 0,2% nos últimos sete dias. De acordo com o USDA, as transações globais de farelo de soja são projetadas em quantidade recorde, de 81,96 milhões de toneladas na safra 2025/2026, 2,3% a mais que as 80,14 milhões de toneladas estimadas para a atual temporada. O consumo doméstico é projetado em 284,3 milhões de toneladas na próxima safra, 4,9% superior ao da temporada atual, de 270,9 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.