21/Jul/2025
Os contratos futuros de soja encerraram a sexta-feira (18/07) em alta na Bolsa de Chicago, sustentados por especulações crescentes sobre o retorno da China às compras norte-americanas e pela força do farelo no mercado internacional. O vencimento novembro do grão avançou 9,25 centavos (0,90%) e fechou a US$ 10,35 por bushel. O mercado ganhou tração com rumores de que importadores chineses voltaram a cotar fretes no Golfo do México, movimento interpretado como sinal de possível retomada das negociações comerciais. Operadores especulam que um novo acordo entre China e Estados Unidos possa ressuscitar os moldes do acordo 'Fase 1' de 2020, quando a China se comprometeu a aumentar compras agrícolas norte-americanas. O complexo soja apresentou movimento divergente que chamou atenção dos traders. O farelo disparou, beneficiado pelo acordo comercial entre Estados Unidos e Indonésia.
O país asiático pode se tornar novo destino relevante para o subproduto norte-americano, com demanda projetada de 6,10 milhões de toneladas em 2025/2026. Em contraste, o óleo de soja recuou. A realização de lucros dominou a sessão, mas analistas destacam que a perspectiva de maior demanda por biodiesel nos Estados Unidos mantém o fundamento altista de médio prazo. A StoneX observa que não há muito otimismo do lado da oferta para a soja norte-americana, mas o foco tem se voltado para a demanda. O cenário de oferta excessiva nos Estados Unidos permanece, mas sinais de recuperação no consumo de derivados começam a equilibrar a equação. A pressão da ampla oferta brasileira sobre o mercado global persiste.
O dólar enfraquecido ante moedas concorrentes forneceu suporte adicional aos grãos norte-americanos, tornando-os mais atrativos para compradores internacionais. A moeda recuou em meio às incertezas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e tensões entre Donald Trump e Jerome Powell. Analistas alertam que a janela temporal para eventuais compras chinesas é estreita. O país encerra seu ciclo anual de aquisições até setembro, e qualquer movimento deve se concentrar no quarto trimestre. A confirmação ou não desses rumores será decisiva para sustentar a recuperação atual dos preços. A proximidade da temporada de crop tours norte-americanos adiciona outro elemento de volatilidade. Estimativas iniciais de produtividade podem definir o rumo dos contratos nas próximas semanas, especialmente se confirmarem o potencial de safra recorde que o mercado já precifica.