ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Jul/2025

Soja: dependência da ação de polinizadores animais

Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta quinta-feira (17/07), a soja, principal cultura de plantio temporário e destaque nas exportações brasileiras, apresenta dependência da polinização animal classificada como Modesta. Porém, o aumento expressivo da área de cultivo da commodity gera um duplo impacto e acende alerta para a manutenção desse serviço ecossistêmico e das cadeias conectadas a ele, como a própria agricultura. A pesquisa “Contribuição dos Polinizadores para as produções agrícola e extrativista do Brasil - 1981 a 2023” mostra que os cultivos permanentes (café, maçã, laranja, por exemplo) e de extração vegetal têm dependências mais altas do trabalho de animais como abelhas, morcegos e borboletas.

Por outro lado, as culturas de ciclo vegetativo, em geral inferiores a um ano, e com dependência classificada como Modesta tiveram o maior avanço na série, passando de 39% em 1975 para 53,5% em 2023. Esse padrão está ligado, principalmente, à expansão das culturas temporárias, que ocupam a maior parte da área cultivada, especialmente a soja. Entre os produtos da lavoura temporária, no ano de 2023, destaca-se em primeiro lugar a soja, seguida pelo milho e pela cana-de-açúcar. No ano mais recente da série, a soja se aproxima de metade de toda a área colhida do País. Então, existe um valor significativo aqui de contribuição da polinização devido a essa grande produção de soja.

Embora a dependência da soja de polinizadores seja Modesta, a expansão para as cinco regiões do País gera dois impactos: contribui para o aumento da área ocupada por culturas que dependem de polinizadores e, por outro lado, substitui cultivos com maior dependência desses agentes, reduzindo a participação de produtos associados à polinização animal, especialmente os de menor valor comercial. O trabalho apresenta ainda o Indicador de Contribuição dos Polinizadores no Valor da Produção para as lavouras temporárias, que em 2023 foi de 12%, e para as permanentes, de 38,7%. O indicador resulta da ponderação do valor de produção de cada produto por seu grau de dependência de polinização e não representa estimativa direta do valor econômico do serviço. Em 1996, os percentuais eram de 7,3% e 36,4%, respectivamente.

Ao mesmo tempo, os cultivos temporários Sem Dependência, nos quais o produto final não depende da transferência de pólen feita por animais, perderam participação de 53,4% em 1975 para 43,8% em 2023. Entre os cinco produtos temporários com maior área cultivada, dois pertencem à classe Modesta (soja e feijão) e três à classe Sem Dependência (milho, cana e trigo). Produtos que não dependem do agente animal respondem pela maior parte da quantidade produzida (85%). Os itens da classe Modesta representam 14,8%. O estudo ressalta que, se por um lado, “o peso econômico dessas commodities delineia as curvas de quantidade produzida, área cultivada e valor de produção, concentrando a produção em um pequeno número de cultivos, por outro, sua a dinâmica agregada não reflete a importância da diversidade agrícola em outras escalas”. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.