16/Jul/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (15/07), pressionados pela melhoria das condições das lavouras norte-americanas e pela contínua ausência da China nas compras da safra 2025/2026. O vencimento novembro da oleaginosa recuou 5,25 cents (0,52%), e fechou a US$ 10,01 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou que 70% das lavouras de soja estavam em condição boa/excelente na semana encerrada em 13 de julho, alta de 4% ante a semana anterior e acima dos 68% registrados no mesmo período de 2024. O clima amplamente favorável continua sustentando expectativas de uma safra volumosa no país. A ausência chinesa nas originações para agosto intensificou as pressões baixistas.
A China, que tipicamente acelera as compras de soja dos Estados Unidos para a entrega em agosto, está basicamente ausente. Em junho, o país asiático importou 12,26 milhões de toneladas, sendo 9,73 milhões do Brasil e apenas 724 mil dos Estados Unidos. As tarifas de 30% impostas pelo presidente Donald Trump sobre importações do México e da União Europeia ampliaram a instabilidade no comércio internacional. Essa medida se soma à tarifa de 35% já aplicada ao Canadá e eleva o risco de retaliação, com impacto direto sobre o comércio de grãos. O processamento de soja nos Estados Unidos recuou 3,7% em junho ante maio, para 185,709 milhões de bushels (5,05 milhões de toneladas), conforme dados da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa).
Os estoques de óleo de soja somavam 1,366 bilhão de libras-peso, queda de 15,8% ante junho de 2024. Em contrapartida, a perspectiva de maior demanda interna pelo óleo de soja limita perdas mais acentuadas. O aumento da mistura obrigatória do biocombustível, a extensão até 2029 dos créditos 45Z para combustíveis de baixo carbono e a intenção de vários estados de criar créditos fiscais para combustível sustentável de aviação. Segundo relatório das organizações OCDE e FAO, a produção global de soja está projetada para crescer 1% ao ano até 2034, desaceleração ante os 2,2% da última década. A safra 2024/2025 deve aumentar cerca de 7% ante a temporada anterior, resultando na primeira safra superior a 400 milhões de toneladas.