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16/Jul/2025

Soja: relatório Perspectivas Agrícolas 2025-2034

Segundo relatório de Perspectivas Agrícolas 2025-2034 das Organizações para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a produção de soja está projetada para crescer 1% ao ano, em comparação com 2,2% ao ano na última década. O aumento dos rendimentos responderá por cerca de 80% desse crescimento. A produção global de soja em 2024/2025 deve aumentar cerca de 7% ante a temporada anterior, resultando na primeira safra com produção superior a 400 milhões de toneladas, com impulso da América do Sul. O curto ciclo vegetativo da soja permite o cultivo em rotação com milho no Brasil e com trigo na Argentina, o que representa uma parcela considerável da expansão projetada da área colhida na América Latina. O Brasil é o maior produtor de soja, e sua safra deverá crescer 0,8% ao ano na próxima década, taxa levemente superior em comparação com os Estados Unidos, segundo maior produtor, com crescimento projetado de 0,5% ao ano.

A produção também deve crescer de forma significativa na Argentina e no Paraguai, com produção de 56 milhões de toneladas e 13 milhões de toneladas até 2034, respectivamente. Na China, a produção deve continuar crescendo, embora em ritmo mais lento do que na década anterior. Mais de 40% da produção mundial de soja é comercializada internacionalmente, com a expansão do comércio intimamente ligada à tendência de crescimento do processamento de soja nos países importadores. Na China, o aumento do processamento de soja deve desacelerar em relação à última década, e as importações do país devem se manter relativamente estáveis em cerca de 107 milhões de toneladas até 2034 (recuo em relação à taxa de crescimento anual de 3,4% registrada entre 2015 e 2024), representando cerca de 60% das importações totais do mundo. As exportações de soja são originadas predominantemente do Brasil e dos Estados Unidos, com os brasileiros representando 53% do total exportado até 2034.

No consumo, o uso de soja como matéria-prima para farelos proteicos (destinados à alimentação animal) tende a crescer de forma mais moderada, à medida que países como a China reduzem a proporção de farelo nas dietas da pecuária. Por outro lado, a demanda por óleo vegetal, especialmente para alimentos e biocombustíveis, continua em alta e deve sustentar os preços relativos. Os estoques de soja devem atingir uma relação estoque/uso de quase 17% até 2034, valor ainda elevado em comparação com as duas últimas décadas. Com isso, eventuais quebras de safra podem rapidamente causar escassez no mercado. Apesar da expectativa de aumento moderado dos preços nominais da soja e seus derivados ao longo da próxima década, os preços reais (ajustados pela inflação) devem continuar em queda, por causa dos ganhos de produtividade. A valorização mais acentuada dos óleos vegetais, cuja demanda cresce mais rapidamente que a dos farelos, tende a favorecer outras oleaginosas em relação à soja, por apresentarem maior teor de óleo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.