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14/Jul/2025

Preços da soja estão firmes no mercado doméstico

As condições climáticas favoráveis às lavouras de soja nos Estados Unidos e os estoques elevados no Brasil e na Argentina pressionam os valores externos da oleaginosa. A desvalorização internacional também foi intensificada pelas tarifas impostas pelo governo norte-americano para diversos países, inclusive o Brasil, que passam a valer em 1º de agosto. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento da soja (Julho/2025) registra desvalorização de significativos 4,1% nos últimos sete dias, a US$ 10,12 por bushel. Os contratos Julho/2025 do óleo e farelo de soja apresentam desvalorização ambos de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 1.183,21 por tonelada e a US$ US$ 295,97 por tonelada, respectivamente. Ressalta-se que, na quarta-feira (09/07), o vencimento Julho/2025 do farelo de soja operou no menor patamar desde 3 de março de 2016, em termos nominais. A tensão comercial entre os Estados Unidos e países importadores de grãos e a valorização do dólar frente ao Real tendem a redirecionar os demandantes de soja norte-americana ao Brasil.

Esse contexto, por sua vez, interrompeu o movimento de baixa que vinha sendo observado no mercado spot nacional no início da semana passada. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta leve alta de 0,1%, cotado a R$ 136,58 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra pequena queda de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 129,83 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, observa-se pequena alta de 0,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e estabilidade no mercado de lotes (negociação entre empresas). De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de soja somaram 13,42 milhões de toneladas em junho deste ano, 4,3% abaixo do volume escoado em maio/2025 e 4% inferior ao de junho/2024.

Ainda assim, no primeiro semestre deste ano, foram exportadas 64,94 milhões de toneladas da oleaginosa, um recorde. O valor recebido pela venda externa de soja em junho foi de R$ 132,83 por saca de 60 Kg, o menor desde maio/2024. Do total embarcado na primeira metade deste ano, 36,7% foram escoados pelo Porto de Santos (SP); 12%, pelo Porto de Pecém (CE); 11,7%, pelo Porto de Paranaguá (PR); 10,9%, pelo Porto de Belém (PA); e apenas 3,88%, pelo Porto de Rio Grande (RS). Ressalta-se que 74,6% das quase 65 milhões de toneladas exportadas neste ano tiveram a China como destino. No comparativo entre o primeiro semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025, as vendas para a China cresceram 4,6%. A Espanha segue como o segundo principal destino da soja brasileira, recebendo 4% dos embarques brasileiros. O Brasil exportou 1,94 milhão de toneladas de farelo em junho, queda de 14,7% frente ao mês anterior e retração de 3,8% em comparação a junho/2024.

Mas, no primeiro semestre deste ano, os embarques atingiram volume recorde de 11,51 milhões de toneladas, deste total, 19,5% foram destinadas à Indonésia; 12%, à Tailândia; 8,9%, à França, 8%, aos Países Baixos (Holanda); e 7,8%, à Polônia. As exportações do óleo de soja cresceram 17,4% de maio para junho e 32% de junho/2024 a junho/2025, totalizando 166,17 mil toneladas no último mês. No primeiro semestre desde ano, saíram dos portos brasileiros 779,09 mil toneladas de óleo de soja, 38,15% acima do volume do mesmo período de 2024. Da quantidade escoada na primeira metade deste ano, 73,5% foram para a Índia e 12,2%, para Bangladesh. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta avanço de 2,3% nos últimos sete dias, a R$ 6.483,86 por tonelada. Os valores do farelo de soja registram recuo de 1,7% no mesmo período. Neste caso, a pressão vem de estimativas apontando maior volume de processamento da oleaginosa com foco na produção de óleo de soja, contexto que tende a gerar excedente de farelo.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Brasil colheu volume recorde de 169,48 milhões de toneladas de soja na temporada 2024/2025. Deste total, calcula-se que 33,6% atendam à demanda nacional e 62,7%, a estrangeira, com remanescente de 2,25% no final da temporada (dezembro/2025). A produção de farelo de soja é estimada em quantidade recorde de 43,78 milhões de toneladas, sendo que 53,9% devem ser exportadas 44,2%, consumidas internamente; o remanescente deve somar 5,23% do volume produzido. A produção de óleo de soja é prevista em 11,37 milhões de toneladas. Estima-se que apenas 12,3% desse total seja exportado e o restante, equivalente a 86,88%, abasteça a demanda doméstica. O remanescente de óleo desta temporada é projetado em 2,7% da produção. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.