14/Jul/2025
Os contratos futuros da soja encerraram a sexta-feira (11/07) em queda na Bolsa de Chicago, pressionados pela elevação dos estoques finais dos Estados Unidos na temporada 2025/2026, conforme o relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mercado esperava alguma surpresa positiva, mas o USDA basicamente confirmou o cenário de ampla oferta e voltou o foco dos traders para o clima e a guerra comercial. O vencimento novembro recuou 6,50 centavos (0,64%) e fechou a US$ 10,07 por bushel. A estimativa de estoques norte-americanos ao fim da próxima temporada subiu de 8,03 milhões de toneladas para 8,44 milhões de toneladas, superando a expectativa de analistas. Também houve corte nas exportações dos Estados Unidos, de 49,4 milhões de toneladas para 47,49 milhões de toneladas.
Por outro lado, a produção foi levemente reduzida de 118,12 milhões de toneladas para 117,98 milhões de toneladas, o que geraria viés de alta, mas não foi suficiente para reverter o movimento de baixa. Para o Brasil, o USDA manteve a previsão de safra em 175 milhões de toneladas em 2025/2026, com exportações projetadas em 112 milhões. Em relação à safra 2024/2025, a produção foi mantida em 169 milhões de toneladas, mas os embarques foram reduzidos de 104,5 milhões para 102,1 milhões. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por sua vez, estima 169,49 milhões de toneladas em 2024/2025, alta de 14,7% ante o ciclo anterior, com perspectiva de novo recorde. Na Argentina, a projeção de produção de soja para 2025/2026 foi mantida em 48,5 milhões de toneladas. Para a temporada atual, o USDA elevou a estimativa de 49 milhões de toneladas para 49,9 milhões de toneladas.
No quadro global, os estoques finais foram ajustados para cima, passando de 125,3 milhões de toneladas para 126,07 milhões de toneladas, acima das expectativas do mercado. O relatório confirmou um ambiente de ampla oferta e previsibilidade, o que direciona novamente as atenções dos operadores para o clima nas lavouras norte-americanas e os desdobramentos da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos. O mercado voltou a operar com base nas previsões climáticas, que continuam amplamente favoráveis, e nas incertezas sobre tarifas. A ação dos preços está mais relacionada a esses fatores do que ao próprio relatório do USDA. A valorização do dólar ante o Real é mais um fator baixista, ao tornar a soja brasileira mais competitiva nos embarques. Apesar disso, o USDA reportou uma venda avulsa de 219,9 mil toneladas de soja dos Estados Unidos para o México, com entrega prevista para 2025/2026. Ainda assim, a ausência de compras por parte da China segue sendo uma limitação para os preços.