11/Jul/2025
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) alertou que a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode encarecer os alimentos, aprofundar a crise enfrentada pelo agronegócio e reduzir a competitividade do Brasil. Há efeitos em cadeia da medida, com impacto tanto nas exportações quanto nos custos de produção e transporte de grãos, carnes e insumos agrícolas. Isso interfere diretamente no preço dos grãos da soja e do milho. Pode haver retração nas exportações de carnes, o que pode impactar a demanda por ração no mercado doméstico. A associação também manifestou preocupação com a dependência brasileira de combustíveis refinados importados dos Estados Unidos, como diesel e gasolina, utilizados na produção agropecuária e na logística de distribuição de alimentos.
O Brasil é dependentes do combustível dos Estados Unidos e terá que exportar para outros países mais distantes, perdendo competitividade, e terá que importar de locais mais distantes, aumentando ainda mais o custo de produção e de transporte de grãos, deixando o alimento mais caro na mesa do brasileiro, ocasionando maior inflação no longo prazo. O Brasil não refina petróleo pesado, exportando para os Estados Unidos e importando combustíveis acabados, essenciais para a produção agrícola e o transporte de alimentos, desde a lavoura até os centros de distribuição. A Aprosoja-MT ressaltou ainda que a agricultura brasileira depende de máquinas de alta tecnologia e componentes eletrônicos como chips e processadores, muitos fabricados nos Estados Unidos. Barreiras comerciais podem dificultar esse acesso e travar a inovação no campo.
A entidade apontou para os efeitos financeiros da crise. Com a inflação em alta, há risco de aumento da taxa básica de juros (Selic), encarecendo ainda mais o crédito rural, que já está entre os mais caros da história recente. O produtor enfrenta margens negativas e uma das maiores crises do setor nos últimos 20 anos. A Aprosoja-MT fez um alerta sobre os riscos de retaliação. Trump deixou claro que qualquer resposta tarifária por parte do Brasil será somada aos 50% já impostos. Se o Brasil também taxar em 50%, a taxação que virá dos Estados Unidos é 100%. Esse risco exige cautela na formulação da política externa. É hora de buscar, com urgência, o caminho do diálogo diplomático. A Aprosoja-MT defendeu que o governo federal tenha "cautela" e priorize o diálogo, considerando que os Estados Unidos são importante parceiro comercial para o Brasil. O agronegócio responde por cerca de 25% do PIB brasileiro e é o setor que mais cresce na geração de empregos no País. Prejudicar esse setor é penalizar diretamente o interior do Brasil, que depende da força do campo para manter sua economia girando. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.