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07/Jul/2025

Tendência é de alta para os preços da soja no Brasil

Os preços da soja estão em alta neste começo de julho nos Estados Unidos e no Brasil. O impulso vem do aumento das alíquotas de exportação (retenciones) na Argentina, tendo em vista que esse cenário tende a redirecionar parte da demanda internacional aos Estados Unidos e ao Brasil. No mercado externo, o otimismo nas vendas norte-americanas de óleo de soja, sobretudo para o setor de biodiesel, e a desvalorização do dólar reforçam o movimento de avanço. No Brasil, a queda da moeda norte-americana acaba limitando os aumentos. Ressalta-se que o dólar desvalorizado tende a desestimular as exportações nacionais. De acordo com a Bolsa de Rosário, em 27 de junho, o governo da Argentina oficializou taxas, ou “retenciones”, mais altas para alguns produtos agrícolas, como a soja e seus derivados. Com isso, desde 1º de julho, passou a vigorar a taxa de 33% para a soja, contra 26% desde janeiro, e de 31% para o farelo e para o óleo de soja, acima dos 24,5% praticadas até 30 de junho.

Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento da soja (Julho/2025) registra valorização de significativos 3,3% nos últimos sete dias, a US$ 10,56 por bushel. Considerando-se o contrato de primeiro vencimento, de maio para junho, os futuros se mantêm estáveis (-0,1%), mas, de junho/2024 para junho/2025, houve forte queda de 10,5%. Quanto ao óleo de soja, a valorização do contrato Julho/2024 é de 4,2% nos últimos sete dias, a US$ 1.205,92 por tonelada. Em um mês, o contrato de primeiro vencimento se valorizou 3% e, no ano, expressivos 15,5%. Para o farelo de soja, o vencimento Julho/2024 tem avanço de 1,1% nos últimos sete dias, a US$ 301,81 por tonelada. A média de junho ficou 1,5% abaixo da do mês anterior e expressivos 20,8% inferior à de junho/2024, em termos nominais. Vale lembrar que a Argentina finalizou a colheita da safra 2024/2025 na semana passada, com produção projetada pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires em 50,3 milhões de toneladas.

Agora, a atenção está voltada às lavouras norte-americanas. A semeadura da safra 2025/2026 foi concluída na semana passada nos Estados Unidos, e a produtividade será importante para a definição dos preços neste segundo semestre. No Brasil, além das expectativas de maior processamento interno, a demanda pontual de soja em grão para completar cargas nos portos brasileiros eleva a liquidez no spot nacional. O aumento nos fretes rodoviários, contudo, limita a margem de lucro dos produtores. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,7%, cotado a R$ 136,50 por saca de 60 Kg. O preço médio em junho foi de R$ 134,56 por saca de 60 Kg, alta de 1,1% frente ao de maio/2025, mas queda de 8,4% em relação ao de junho/2024, em termos reais (IGP-DI de maio/2025).

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra elevação de 0,4% nos últimos sete dias, a R$ 130,26 por saca de 60 Kg. Em junho, o preço médio foi de R$ 129,14 por saca de 60 Kg, 0,8% superior ao de maio, porém, 8,9% abaixo do de junho/2024, em termos reais. Nos últimos sete dias, a soja apresenta valorização de 0,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,3% no mercado de lotes (negociação entre empresas). De maio para junho, os aumentos foram de 0,6% e 0,5% para os respectivos mercados. Entre junho/2024 e junho/2025, as baixas foram de 2,8% no mercado de balcão e de 4,1% no de lotes, em termos nominais. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra avanço de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 6.335,12 por tonelada.

O movimento de alta no mercado do óleo é observado desde o encerramento de junho, diante da expectativa de maior demanda doméstica para biodiesel. Essa reação no preço, inclusive, levou a média de junho a R$ 6.282,98 por tonelada e ajudou a limitar a baixa frente à média de maio/2025 para 2,2%. No comparativo anual, no entanto, a média de junho/2025 está 6,9% acima da do mesmo mês do ano passado, em termos reais. No mercado de farelo de soja, a oferta segue acima da demanda e, com isso, os preços continuam em queda. As cotações registram baixa de 2% nos últimos sete dias. Entre as médias de maio e de junho, a retração é de 2,7%; e, de junho/2024 a junho/2025, de expressivos 28%, em termos reais. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio