04/Jul/2025
Segundo a StoneX, a soja entra no terceiro trimestre com viés de baixa, pressionada pelo excesso de oferta global e pela volatilidade limitada na Bolsa de Chicago, mas com dois fatores ainda capazes de sustentar os preços: o clima nas lavouras dos Estados Unidos e o avanço das políticas de biocombustíveis. As cotações da soja alteraram entre momentos de alta e de baixa nos últimos meses, sem grandes mudanças nos patamares na Bolsa de Chicago, mantendo-se acima de US$ 10,00 por bushel. O contrato contínuo da oleaginosa encerrou junho a US$ 10,24 por bushel, com leve alta de 0,9% no trimestre. O quadro de oferta global é confortável.
A produção mundial da safra 2025/2026 deve superar o consumo, conforme estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No Brasil, a safra 2024/2025 foi recorde, e os embarques seguem firmes. A Argentina colheu 50,3 milhões de toneladas, mesmo com adversidades climáticas. Os Estados Unidos reduziram sua área de soja para 33,74 milhões de hectares. Com um preço menos vantajoso em comparação ao do milho, os produtores dos Estados Unidos optaram por reduzir a área de soja no ciclo em andamento. Apesar disso, o clima segue como variável crítica. As condições meteorológicas continuarão sendo monitoradas, pois a oleaginosa ainda vai passar por fases chave, como o enchimento de grão em agosto, quando a necessidade de água é fundamental.
A produtividade estimada pelo USDA é de 3,53 toneladas por hectare. Caso fique abaixo da média, o balanço pode se apertar. No Brasil, o plantio da safra 2025/2026 deve manter a trajetória de crescimento, embora em ritmo menor. Nos últimos anos, frente a um cenário de preços mais pressionados, principalmente se comparado ao início desta década, o crescimento anual da área de soja no Brasil tem sido mais lento. Caso a situação do balanço mundial se modifique, em decorrência, por exemplo, de uma safra norte-americana menor que o esperado, os preços poderiam buscar patamares um pouco mais elevados, o que seria um incentivo para um crescimento maior da área no Brasil. Do lado da demanda, o processamento pode ganhar impulso.
No Brasil, as expectativas de consumo interno da oleaginosa continuam indicando avanço do processamento, mesmo com a mistura obrigatória de biodiesel no diesel prevista para subir somente a partir de agosto. Nos Estados Unidos, o mercado monitora as políticas de biocombustíveis, com a indicação de um crescimento importante do mandato para biodiesel e diesel renovável, além da penalização de matérias-primas importadas em relação às nacionais. O principal risco de alta está no lado da oferta. Por enquanto, os fundamentos de oferta e demanda atuais mantêm as características de um balanço mundial de soja sem restrições, com possibilidades de a produção continuar acima do consumo. O principal fator com potencial de alterar esse cenário é o lado da oferta, uma vez que o clima pode resultar em variações mais bruscas da produção, com os próximos meses centrados nos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.