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04/Jul/2025

China: demanda por grãos enfraquecida em 2025

A StoneX projeta que a demanda chinesa por soja e milho seguirá fraca no terceiro trimestre de 2025, em meio à desaceleração econômica interna, persistência da guerra tarifária com os Estados Unidos e substituição de milho por trigo na formulação de ração. A desaceleração econômica provavelmente se aprofundará no próximo trimestre. Será ainda mais desafiador para a China administrar as pressões deflacionárias à medida que a guerra tarifária com os Estados Unidos persiste, afetando as exportações da China, desacelerando a atividade fabril e arrastando o mercado consumidor. No contexto de intensa concorrência com os Estados Unidos, espera-se que a política econômica continue priorizando avanços tecnológicos críticos e inovação nos novos setores de alta tecnologia. No entanto, será um desafio esperar um aumento significativo na riqueza e nos gastos das famílias, recuperando assim a demanda por commodities mais amplas.

O país passa por um processo de redução profunda de estoques nos principais grãos em meio a pressões deflacionárias. Entre janeiro e maio, as importações chinesas de grãos caíram para 11,26 milhões de toneladas, 64,26% abaixo do mesmo período do ano anterior, quando totalizavam 31,49 milhões de toneladas. No caso do milho, a queda foi ainda mais acentuada: apenas 1,07 milhão de toneladas importadas entre outubro e abril, 95% abaixo dos 23 milhões de toneladas da temporada anterior. A substituição substancial do trigo por milho para ração provavelmente persistirá durante toda a temporada de colheita do trigo até o final de julho. Os preços favoráveis do trigo em relação ao milho encorajaram os produtores de farelo a substituírem o milho por trigo em até 30% desde maio. Chama atenção os impactos do clima sobre a produção agrícola da China. Uma seca prolongada durante abril e maio na planície do norte da China resultou em um corte na produção de trigo em cerca de 5 a 10 milhões de toneladas.

A estiagem continua afetando a mesma região, pressionando quase 30% do cinturão de milho do país e elevando o risco de perdas na área plantada com o cereal. A área de plantio de milho deve recuar 0,76% em 2025 em relação ao ano anterior, segundo a inteligência de mercado chinesa JCI, e as importações da commodity devem continuar em patamar reduzido. A agência oficial da China projetou que as importações de milho em 2025/2026 permanecerão baixas em 7 milhões de toneladas, após 7 milhões no ano anterior, abaixo da projeção do USDA, que é de 10 milhões de toneladas para 2025/2026. A fraca demanda também afeta o comportamento dos compradores. A demanda mais fraca do que o esperado alterou as estratégias dos compradores, que passaram a priorizar compras pontuais e operar com estoques reduzidos. As margens da indústria também seguem pressionadas. Na China, os preços dos ovos atingiram o nível mais baixo desde julho de 2020. Segundo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), a margem das fazendas de frangos de postura chegou a (- US$ 3,88 por ave) no fim de junho.

Já os preços dos suínos caíram mais de 20% em relação ao ano anterior, levando as margens das granjas para abaixo de (-US$ 11,14 por suíno). Sobre a soja, o USDA projeta maiores importações, de 112 milhões de toneladas em 2025/2026, ante 108 milhões de toneladas em 2024/2025, enquanto a estimativa oficial da China classifica um declínio de 2,8% em antecipação ao uso mais fraco de ração de farelo de soja. É improvável que haja um acordo amplo entre China e Estados Unidos antes do fim do prazo da trégua tarifária. Resta saber se a China e os Estados Unidos conseguirão resolver as questões tarifárias dentro da trégua de 90 dias que termina em 12 de agosto. Embora os Estados Unidos tenham incentivos substanciais para que a China remova todas as tarifas punitivas existentes e até mesmo promova um acordo de vendas substancial antes do início de sua nova safra em setembro, as dificuldades em chegar a tal acordo parecem ser enormes em meio às diferenças consideráveis que separam os dois. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.