03/Jul/2025
No mercado interno de soja, os preços fecharam em alta entre R$ 0,50 e R$ 2,00 por saca de 60 Kg nesta quarta-feira (02/07). O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (02/07), em queda firme e voltou a fechar na casa de R$ 5,42, nos menores níveis desde agosto. Operadores não identificam um gatilho específico para a apreciação do Real, mas ressaltam que as divisas latino-americanas, à exceção do peso mexicano, ganharam terreno com a alta do minério de ferro e do petróleo. Dados fracos do mercado de trabalho norte-americano também podem ter dado impulso a divisas da região, ao sugerir mais espaço para corte de juros nos Estados Unidos neste ano.
Outro ponto que pode estar por trás do fôlego extra da moeda brasileira é a perspectiva de manutenção da taxa Selic em 15% por um "período bastante prolongado". Além de desencorajar o carregamento de posições em dólar, os juros altos aumentam a atratividade das operações de carry trade. A moeda norte-americana fechou em queda de 0,75%, a R$ 5,42, no menor valor desde 19 de agosto (R$ 5,41). Parece que a disputa jurídica entre governo e Congresso não assusta os investidores estrangeiros (em referência à questão do IOF). Ministros do STF veem a abertura de canais de diálogo para uma conciliação entre Executivo e Legislativo.
Se não houver aumento dos ruídos políticos locais com a queda de braço entre governo e Congresso, é possível que o Real experimente nova rodada de apreciação, com a taxa de câmbio descendo até R$ 5,30, diante da tendência de enfraquecimento global da moeda norte-americana. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica depende do decreto do IOF para garantir o cumprimento da meta fiscal do ano que vem, de superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Investidores aguardam a divulgação, nesta quinta-feira (03/07), do relatório de emprego (payroll) de junho para calibrar as apostas para os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta nesta quarta-feira (02/07). Os ganhos foram sustentados pelo desempenho do óleo de soja, que avançou mais de 2% com a expectativa de maior demanda do setor de biodiesel nos Estados Unidos. O Senado aprovou o projeto orçamentário de Donald Trump, que prevê que os créditos fiscais conhecidos como 45Z, para produtores de combustíveis de baixo carbono, estarão disponíveis apenas para biocombustíveis produzidos nos Estados Unidos e a partir de matérias-primas domésticas.
Isso significa que o óleo usado de cozinha importado da China ou da União Europeia não será elegível para esses créditos. O vencimento novembro da oleaginosa subiu 20,75 cents (2,02%), e fechou a US$ 10,48 por bushel. O enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras, também deu algum suporte aos preços. Isso, porém, não tem se traduzido em compras chinesas do grão dos Estados Unidos. O fim da redução do imposto de exportação na Argentina, que deve resultar em queda dos embarques do país, foi outro fator altista para os preços. O clima favorável para o desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos limitou a alta.
Em Mato Grosso, na região de Nova Mutum, os compradores indicam entre R$ 113,00 e R$ 114,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento até o fim de agosto. Para safra 2025/2026, os compradores indicam entre R$ 119,00 e R$ 120,00 por saca de 60 Kg. No Paraná, na região de Cascavel, a indicação é de R$ 126,00 por saca de 60 Kg, mas com o frete o valor cai para R$ 124,00 ou R$ 125,00 por saca de 60 Kg. No CIF Porto de Paranaguá (PR), os compradores indicam até R$ 135,00 por saca de 60 Kg, para entrega em julho e pagamento no fim do mês. Para safra 2025/2026, as indicações estão entre R$ 132,00 e R$ 133,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá, para embarque em fevereiro e pagamento até 30 de abril. Para março, a indicação gira entre R$ 129,00 e R$ 130,00 por saca de 60 Kg.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.