27/Jun/2025
De acordo com estimativa do Itaú BBA, a elevação da mistura de biodiesel no diesel de 14% para 15% pode gerar aumento de 3,1% na demanda projetada para 2025, o que corresponde a 300 milhões de litros. O movimento deve sustentar o ritmo do segmento e ajudar a aliviar preocupações de investidores com a redução das margens observada desde fevereiro. O recuo de 12% no preço do biodiesel desde o adiamento do B15 pode ter efeito duplo: elevar as chances de novos aumentos na mistura e incentivar maior adesão ao percentual obrigatório, ponto sensível entre os distribuidores de combustível.
Apesar da sinalização positiva, o mercado ainda manterá cautela quanto aos aumentos futuros, devido à incerteza que marcou os cronogramas anteriores. A postergação do B15, prevista inicialmente para março de 2025, levantou dúvidas sobre a consistência das metas. O Programa Combustível do Futuro prevê aumento gradual da mistura até 20% em 2030. Destaque para a possibilidade de incremento adicional no consumo de biodiesel caso haja maior rigor na fiscalização. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 7% das amostras coletadas em 2024 apresentaram não conformidade com o percentual obrigatório de biodiesel no diesel. Com a redução de preços e intensificação da fiscalização, há espaço para elevar o consumo mesmo sem novas mudanças de mandato.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) anunciou que, a partir de agosto, as misturas obrigatórias de biocombustíveis nos combustíveis fósseis aumentarão, de 14% para 15% no caso do biodiesel (B15) e de 27% para 30% no etanol anidro na gasolina (E30). A decisão reforçou o compromisso do governo com os combustíveis renováveis e tende a favorecer empresas expostas ao segmento, como a 3tentos, São Martinho e Adecoagro. No caso da 3tentos, a ação havia recuado 16% após o adiamento do B15 em fevereiro, mas já mostrava recuperação parcial. A retomada da trajetória de aumento na mistura ajuda a restabelecer o momentum do segmento, o que é fundamental diante do estreitamento das margens.
O Citi estimou uma alta de aproximadamente 1 bilhão de litros na demanda anual de etanol anidro e de cerca de 700 milhões de litros para o biodiesel, a partir da adoção do E30 e do B15 no País. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento das misturas obrigatórias de biocombustíveis a partir de 1º de agosto. A percentagem de etanol anidro na gasolina C passará de 27% para 30% (E30), enquanto a de biodiesel no diesel subirá de 14% para 15% (B15). Deve haver um aperto no balanço de oferta e demanda interno tanto para etanol quanto para biodiesel nesta safra.
Apesar da tendência de alta nos preços, o impacto no etanol deverá ser limitado, já que os preços da gasolina seguem em patamar baixo. As ações devem beneficiar empresas com exposição ao setor de biocombustíveis, como Raízen, São Martinho, Jalles Machado e 3tentos. No caso do etanol, o avanço para E30 já era esperado pelo setor, dado que a viabilidade técnica da nova mistura foi comprovada nos últimos meses pelo Ministério de Minas e Energia (MME). A decisão também considera o potencial de redução nas importações de gasolina. A elevação da mistura de biodiesel, por sua vez, segue o cronograma definido na Lei do Combustível do Futuro, que prevê aumentos graduais até atingir 20% em 2030.
A decisão do CNPE também foi influenciada pela recente queda no preço do óleo de soja, impulsionada por uma safra recorde, e pela necessidade de combater fraudes na distribuição de combustíveis. Apesar dos avanços na fiscalização, há risco de novos desvios, diante do prêmio elevado do biodiesel sobre o diesel A e das dificuldades enfrentadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP). Mesmo com o aumento da mistura, a ausência de fiscalização robusta pode incentivar práticas irregulares por parte de distribuidores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.