ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Jun/2025

Fatores geopolíticos e formação de preços da soja

Segundo o Rabobank, a incerteza sobre a manutenção das tarifas comerciais entre Estados Unidos e China aumenta o risco de armazenagem prolongada da soja brasileira, com possível venda em momentos menos atrativos. Fatores geopolíticos têm superado os fundamentos tradicionais de oferta e demanda na formação dos preços da oleaginosa, mesmo em cenário de safra recorde de 172 milhões de toneladas no Brasil. Atualmente, vigora tarifa de 10% sobre as importações de soja dos Estados Unidos pela China. Caso essa tarifa seja mantida durante o início da colheita norte-americana, é possível que a demanda chinesa se volte ao Brasil, o que poderia impulsionar os prêmios no mercado local.

Por outro lado, um eventual acordo que resulte na remoção dessas tarifas pode pressionar os prêmios brasileiros, especialmente em um cenário de margens mais apertadas. Esse contexto torna mais arriscado armazenar a soja por mais tempo e vendê-la posteriormente a preços ainda menos atrativos. A volatilidade geopolítica coincide com a quarta temporada consecutiva de recomposição dos estoques globais ao final da safra 2025/2026, movimento impulsionado sobretudo pela expansão da produção brasileira. Em junho de 2025, a Bolsa de Chicago registrou queda de 14% nos preços em relação ao mesmo período do ano anterior.

No entanto, em Mato Grosso, principal estado produtor brasileiro, a desvalorização foi mais moderada, com recuo de apenas 3%. Essa diferença se explica pelo comportamento dos prêmios de exportação, que atuaram como fator de sustentação dos preços internos. As exportações acumuladas de soja entre janeiro e junho alcançaram 51,5 milhões de toneladas, aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Considerando a escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo, o crescimento das exportações foi moderado no primeiro semestre de 2025.

A valorização do Real frente ao dólar tem exercido pressão adicional sobre os preços da soja em moeda local, ao mesmo tempo que favorece a competitividade dos produtos norte-americanos no mercado internacional. Em meio à crescente influência dos fatores geopolíticos sobre o mercado global de soja, os fundamentos tradicionais de oferta e demanda têm perdido protagonismo na formação dos preços. Recentemente, os preços do óleo de soja na Bolsa de Chicago registraram alta, impulsionados pelo aumento do percentual de mistura de biodiesel ao diesel nos Estados Unidos. Essa mudança regulatória tende a estimular o esmagamento de soja no País, ampliando a demanda pelo óleo como matéria-prima para a produção de biocombustíveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.