26/Jun/2025
A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) avaliou que o aumento do percentual obrigatório de biodiesel ao óleo diesel dos atuais 14% para 15% coloca o cronograma de elevação da mistura de biodiesel em dia. A expectativa é elevar a mistura do biodiesel de 15% para 20%, conforme prevê a Lei do Combustível do Futuro. No evento "Combustível do futuro chegou: E30 e B15", realizado nesta quarta-feira (25/06), o governo federal anunciou a elevação do percentual mínimo de adição do biodiesel ao óleo diesel para 15% a partir de 1º agosto.
A medida foi deliberada em reunião extraordinária no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) nesta quarta-feira (25/06) com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A política de ampliação da mistura dos biocombustíveis está prevista na Lei do Combustível do Futuro. Inicialmente, o percentual mínimo obrigatório de 15% estava previsto para março deste ano conforme resolução anterior do CNPE. Em fevereiro, entretanto, governo manteve a mistura em meio à preocupação com os preços do óleo de cozinha e com a inflação de alimentos.
Agora, o entendimento do governo é de que há condições para retomada do cronograma de adição da mistura após a queda do preço do óleo de soja, em decorrência da colheita recorde de soja na safra atual. A Aprobio elogiou as medidas adotadas pelo governo Lula em relação à retomada do cronograma de elevação da mistura do biodiesel. O governo está comprometido com a transição energética. O Brasil não pode perder oportunidade de mover a COP30 com seus biocombustíveis que ajudam na descarbonização, afirmou o presidente da Aprobio se dirigindo ao presidente Lula. A Aprobio defendeu também o aumento da fiscalização sobre fraudes em combustíveis. A fiscalização precisa ser apertada para entregar mais qualidade aos consumidores.
A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) celebrou a decisão do governo federal em aumentar a mistura obrigatória de etanol e de biodiesel. Em meio à tantas incertezas no cenário internacional, que afetam preços e causam instabilidade nos mercados, a decisão do governo brasileiro promove a soberania nacional, ao tempo em que garante a expansão de investimentos na ordem de R$ 200 bilhões; impulsiona a transição energética, reduz a emissão de gases estufa, além de estabilizar os preços da cadeia de proteínas. O governo estima que a adoção do B15 e do E30 levará à redução de emissão de 4 milhões de toneladas de CO2 por ano. A FPBio refutou ainda os ataques aos biocombustíveis, especialmente o biodiesel, na iminência do aumento da mistura, não condizem com a realidade.
Já está demonstrado cientificamente que os biocombustíveis têm um impacto relevante e benéfico nos aspectos socioeconômicos, como na produção de alimentos, preservação ambiental e saúde pública. Ou seja, as vantagens socioeconômicas dos biocombustíveis são inúmeras. Nos cálculos da FPBio, o aumento da mistura pode resultar em um aumento do PIB mensal de 0,36%. A produção de óleo de soja seria 2,35% maior e a de carne de frango seria 1,37% maior. A carne bovina teria um aumento de 1,78% na sua produção mensal. Tudo isso significa maior oferta de alimentos e comida mais barata na mesa do povo brasileiro. Na geração de empregos, a FPBio afirma que haverá efeito multiplicador da cadeia da soja e biodiesel de 4,39. Isso significa que para cada mil toneladas de soja processadas são gerados 21,1 empregos.
Com tal incentivo a outros segmentos ligados aos biocombustíveis, o que existe é um efeito deflacionário, não um inflacionário. Além disso, há os benefícios na agricultura familiar, na qual cerca de 75 mil famílias estão ligadas ao setor. A demanda maior por biodiesel amplia a produção das famílias, sendo uma injeção direto de recursos, melhorando condições de financiamento, contratos e fornecimento de assistência técnica. A FPBio argumenta também que os biocombustíveis possuem maior estabilidade de preço que os combustíveis fósseis. Como o petróleo é mais volátil no mercado internacional, o preço do mesmo cresce mais em choques, como por exemplo, a escalada de 26% do preço do petróleo no contexto atual de guerra Irã x Israel.
O biodiesel não é tão suscetível a choques internacionais, pois o preço da soja, seu principal insumo, é mais estável que o petróleo. Nesse cenário, portanto, os biocombustíveis possuem um efeito deflacionário em comparação aos combustíveis fósseis. Ressalta-se que o Brasil é importador de diesel. Para a Binatural, empresa especializada na produção e comercialização de biodiesel, a elevação da mistura obrigatória de biodiesel de 14% para 15% (B15) demonstra que o Brasil pode conciliar desenvolvimento com sustentabilidade. A decisão do governo federal fortalece a cadeia produtiva e beneficia milhares de famílias da agricultura familiar.
Este movimento para a aprovação do B15 mostra o compromisso brasileiro rumo à descarbonização. Em pleno ano da COP30, o Brasil mostra ao mundo que é possível conciliar desenvolvimento com sustentabilidade. A Binatural ressaltou os múltiplos benefícios da medida para o País. O avanço da mistura obrigatória do biodiesel significa menos emissões, mais empregos, e renda para milhares de famílias da agricultura familiar. O biodiesel movimenta uma cadeia muito grande: fomenta inovação, reduz a dependência de fósseis e impulsiona a economia com impacto ambiental positivo. A aprovação do B15 evidencia a eficácia da parceria entre empresas e governo na agenda energética.
Essa iniciativa é a prova de que, quando empresas e governo atuam juntos, o Brasil lidera com soluções reais para a transição energética. A Binatural, que opera plantas na Bahia e em Goiás, projeta faturamento de R$ 3,1 bilhões em 2025 e está investindo R$ 100 milhões para ampliar sua capacidade produtiva para 700 milhões de litros por ano até 2027. A empresa utiliza 60% de óleos residuais e gorduras animais na produção, estratégia que reduz a exposição ao mercado de soja e garante pegada de carbono até 90% menor em relação ao diesel convencional. O Brasil pode levar energia boa e brasileira para todo o mundo.
O Grupo Potencial celebrou o anúncio da mistura obrigatória de 15% de biodiesel ao diesel (B15), destacando o papel estratégico da medida para a segurança energética do Brasil e reafirmando investimentos bilionários no setor. O avanço do biodiesel é estratégico para a segurança energética nacional, especialmente diante de instabilidades geopolíticas recentes, como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. O biodiesel brasileiro, como subproduto do agronegócio, transforma excedentes em divisas, empregos e ganhos ambientais. O Brasil pode ser independente em energia e um dos maiores fornecedores de combustíveis sustentáveis e proteínas do mundo. O Grupo Potencial pretende levar essa visão à COP30, que vai ocorrer ainda neste ano, em Belém (PA). Com previsibilidade, inovação e tecnologia, o País pode garantir a soberania da matriz energética nacional.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel fóssil para 15% (B15) pode ter efeito deflacionário na economia brasileira. O impacto da medida pode resultar em uma redução de até 0,05% no IPCA, puxada pela queda nos preços das carnes. O que existe é um efeito deflacionário, não inflacionário. Um estudo da entidade mostra que o estímulo ao uso de biodiesel impulsiona o esmagamento de soja, gerando maior oferta de farelo, principal insumo da ração animal, o que reduz custos para a cadeia de proteína. Com a adoção do B15, a Abiove projeta que, apenas no último trimestre de 2025, a demanda por óleo de soja deve crescer 150 mil toneladas. A demanda por esmagamento, por sua vez, deve atingir 750 mil toneladas, e a de farelo, 600 mil toneladas. Esse aumento na demanda reduz os custos para o agronegócio brasileiro, especialmente na pecuária.
O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, afirmou que a elevação das misturas obrigatórias de biodiesel e etanol nos combustíveis marca um passo importante na segurança e na transição energética do Brasil. O programa que promove a adoção do B15 (15% de biodiesel no diesel) e do E30 (30% de etanol na gasolina) é um exemplo de política pública que alia "soberania energética e soberania alimentar". O aumento das misturas ajuda a promover segurança alimentar, ao estimular a produção agrícola integrada à geração de energia limpa e renovável, como o esmagamento de soja e milho que, além dos biocombustíveis, fornece ração para a produção de proteína animal.
A elevação das misturas afasta qualquer debate de disputa entre segurança energética e alimentar. A arquitetura do programa, que inclui investimentos diretos nas cooperativas da agricultura familiar, tira qualquer disjuntiva entre produzir alimento ou energia. De acordo com o ministro, apenas em 2025, o governo já investiu R$ 6 bilhões nas cooperativas vinculadas ao Selo Biocombustível Social, que garante destinação dos recursos a produtores familiares. Só para as Regiões Norte e Nordeste estão previstos R$ 1 bilhão em investimentos para apoiar a agricultura familiar e garantir o aumento da oferta de alimentos nessas regiões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.