26/Jun/2025
Levantamento feito pelo Ieral, da Fundação Mediterrânea, aponta que a menor competitividade do setor agropecuário na Argentina, em comparação com Brasil, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos, está mais ligada às receitas e não aos custos. Conforme reportagem divulgada no La Nación, os produtores na Argentina enfrentam as "retenciones", que reduzem diretamente o preço efetivo que recebem por seus produtos. No dia 30 de junho, conforme vêm confirmando funcionários do governo nacional, terminará a redução das retenções (impostos sobre exportação) que está em vigor desde o fim de janeiro. A expectativa do setor era por uma prorrogação, já que os preços internacionais não melhoraram e os insumos estão mais caros. Os custos de insumos e equipamentos agropecuários no país estão exacerbados por impostos sobre vendas, como o Imposto sobre Receitas Brutas, ou por taxas municipais sobre o faturamento das empresas, que não são aplicados por outros países.
Além disso, por não reconhecerem como crédito o imposto que as empresas pagam em suas compras, acaba-se gerando o pagamento de imposto sobre imposto, resultando em um sobrecusto que é repassado aos preços dos bens à medida que percorrem a cadeia de valor. Salvo exceções, não há grandes diferenças entre os preços pagos na Argentina em relação à média dos outros quatro países analisados. Os fertilizantes são, em média, 3,3% mais caros no mercado local; os herbicidas, 7,8%; os fungicidas, 1,4%; e os combustíveis (diesel grau 2), 11%. A diferença aumenta significativamente no transporte de cargas (frete de grãos por caminhão em trajeto de 400 quilômetros), setor em que a Argentina é, em média, 23% mais cara, com uma tarifa de US$ 35,7 por tonelada por quilômetro. Em relação à maquinaria agrícola, especialmente tratores, a diferença chega a 27% (nas colheitadeiras, a diferença gira em torno de 10%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.