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18/Jun/2025

Tendência de baixa nos futuros da soja perde força

Segundo o BTG Pactual, a tendência de baixa nos preços futuros da soja começa a perder força e o mercado já projeta uma possível reversão. A análise técnica indica que o contrato futuro do grão pode voltar a subir. A tendência de médio prazo de queda perdeu força. O impulso vem da disparada de 15% nas cotações do óleo de soja na Bolsa de Chicago entre os dias 13 e 16 de junho, movimento provocado pela proposta de novos mandatos de biodiesel nos Estados Unidos. A Agência de Proteção Ambiental (EPA) sugeriu aumentos de 67% nas metas de mistura para 2026 e de 75% para 2027. A proposta limita significativamente os créditos de RINs gerados a partir de matérias-primas estrangeiras, como óleo de cozinha usado da China e sebo do Brasil. As médias móveis de 21 e 50 dias indicam um movimento de alta nos preços. Os preços têm registrado mínimas cada vez mais altas e os dias de alta estão sendo mais fortes do que os de queda. Apesar dos sinais técnicos positivos, o mercado físico continua pressionado pela safra recorde.

A produção brasileira de 2024/2025 é estimada em 169,6 milhões de toneladas, crescimento de 14,8% em relação ao ciclo anterior. A revisão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxe um ajuste positivo de 1,3 milhão de toneladas. A performance de Mato Grosso foi decisiva, com os melhores resultados de sua série histórica, com produtividade de 3.971 Kg por hectare e produção de 50,6 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a situação foi mais heterogênea, com rendimentos variando de menos de 500 Kg por hectare a cerca de 3.600 Kg por hectare. Esse desempenho regional mantém grande oferta no mercado interno. As exportações brasileiras de soja seguem em ritmo forte, com expectativa de embarques de 106,24 milhões de toneladas na safra atual. A China continua sendo o principal destino, com 75 milhões de toneladas compradas em 2024, o que representa mais de 70% das importações do país asiático. Apesar das declarações da China sobre a intenção de diversificar fornecedores, na prática o Brasil segue como principal opção, por ser o único com escala e produtividade suficientes para atender à demanda.

O fortalecimento do Real nos últimos meses reduziu a vantagem de preço da soja brasileira em relação aos Estados Unidos. A Argentina permanece como a origem mais competitiva, beneficiada pela estrutura de impostos sobre exportações. No mercado de derivados, os preços do farelo de soja estão praticamente estáveis no início de junho, próximos a US$ 315,00 por tonelada no Brasil e na Argentina, e US$ 332,00 por tonelada nos Estados Unidos. No caso do óleo de soja, os Estados Unidos mantêm preços mais altos que os da América do Sul, com valores em torno de US$ 1.100,00 por tonelada, enquanto Brasil e Argentina negociam ao redor de US$ 1.000,00 por tonelada. Na Ásia, o mercado de óleo de soja é favorecido por diferentes fatores. Na China, o produto é atualmente o mais barato entre os óleos vegetais, o que tem estimulado a substituição de outras fontes. Além disso, a oferta chinesa está limitada por conta de inspeções mais rigorosas e pela demora na liberação de cargas de soja norte-americana nos portos. Na Índia, a redução da tarifa de importação sobre o óleo de soja, de 20% para 10%, deve estimular as compras.

A Indonésia aumentou as restrições para exportações de óleo de palma, abrindo mais espaço para o óleo de soja no mercado global. Para o ciclo 2025/2026, a demanda chinesa por soja é projetada em 124,4 milhões de toneladas, levemente acima dos 122 milhões de 2024/2025. Essa leve alta representa uma pausa no crescimento histórico, influenciada pela desaceleração econômica e por políticas que buscam reduzir o uso de farelo na alimentação animal. No cenário global, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve as projeções para a produção mundial de soja em 426,8 milhões de toneladas na próxima temporada, com estoques finais estimados em 125,3 milhões de toneladas. Para o segundo semestre, o BTG projeta um ambiente de alta volatilidade, com o grão sob pressão da grande oferta brasileira e o óleo sustentado pelas novas regras de biocombustíveis nos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.