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02/Jun/2025

Futuros de soja recuam com dólar forte ante Real

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa na sexta-feira (30/05). O mercado foi pressionado em parte pelo avanço do dólar ante o Real e pelo enfraquecimento do petróleo. A alta da moeda norte-americana tende a estimular as exportações brasileiras, enquanto a queda do petróleo faz com que refinarias tenham menos incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja, que recuou cerca de 3%, é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. O derivado também vem sendo influenciado por incertezas quanto à demanda futura por biodiesel nos Estados Unidos. O vencimento julho da oleaginosa caiu 10,00 cents (0,95%), e fechou a US$ 10,41 por bushel, acumulando perda de 1,74% na semana passada e de 0,26% em maio. A fraca demanda externa pelo grão norte-americano também pesou sobre as cotações.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), exportadores do país venderam 146 mil toneladas de soja da safra 2024/2025, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 22 de maio. O volume representa queda de 53% ante a semana anterior e de 58% em relação à média das quatro semanas anteriores. Para a temporada 2025/2026, foram vendidas 32,8 mil toneladas. A China não apareceu entre os principais compradores e ainda cancelou compras de 200 toneladas. As vendas das duas temporadas, de 178,8 mil toneladas, ficaram mais próximas do piso das estimativas de analistas, que iam de 150 mil a 700 mil toneladas. Importadores redirecionaram suas compras para a América do Sul, onde a colheita está praticamente concluída. As exportações sul-americanas devem dominar o mercado global daqui em diante, e os estoques recordes em nível mundial aumentam o risco de queda nos preços da soja nos próximos meses.

A produção de soja na América Latina deve atingir novo recorde na safra 2024/2025, alcançando 239,1 milhões de toneladas, segundo estimativa da consultoria Datagro Grãos. O volume representa um crescimento de 8% em relação ao ciclo anterior. Na Argentina, a colheita de soja alcançou na última semana 80,7% da área apta, avanço de 6,4 pontos porcentuais ante a semana anterior, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Investidores também monitoram a guerra judicial deflagrada pela política tarifária do governo Trump e sinais de tensões nas discussões comerciais entre Estados Unidos e China. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump afirmou que a China violou "totalmente" o acordo com o governo norte-americano, sugerindo que a China desrespeitou os termos da trégua comercial selada entre os dois países há mais de duas semanas.