30/May/2025
No mercado interno de soja, os preços registraram novamente leve queda entre R$ 0,50 e R$ 1,50 por saca de 60 Kg nesta quinta-feira (29/05). O dólar fechou esta quinta-feira (29/05) em baixa ante o Real, acompanhando o recuo quase generalizado da moeda norte-americana no exterior após um tribunal dos Estados Unidos bloquear a maioria das tarifas impostas pelo governo Trump a produtos de outros países. Embora as questões relacionadas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Brasil não tenham definido o rumo do câmbio na sessão, os agentes seguiram atentos às discussões.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,51%, a R$ 5,66. No mês, a divisa acumula baixa de 0,18%. A moeda norte-americana oscilou em baixa ante o Real durante praticamente toda a sessão, acompanhando o viés negativo que vinha do exterior. Por trás do movimento estava a decisão de um tribunal de comércio dos Estados Unidos, que bloqueou na quarta-feira (28/05) a maior parte das tarifas de importação do presidente Donald Trump, alegando que ele excedeu sua autoridade ao impor a cobrança. De acordo com o Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos, a Constituição do país dá ao Congresso autoridade exclusiva para regular o comércio com outros países.
Perto do fechamento do mercado brasileiro, um tribunal federal de apelação dos Estados Unidos restabeleceu as tarifas mais abrangentes de Trump. Membros do governo Trump haviam minimizado o bloqueio, defendendo que ele não afetaria as negociações comerciais com outros países. Neste cenário nebuloso, o dólar se firmou em queda ante divisas fortes como o iene, o euro e a libra, além de moedas de países emergentes como o Real, o rand sul-africano, o peso chileno e o peso mexicano.
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve alta nesta quinta-feira (29/05). O mercado foi influenciado em parte pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. A alta do farelo também deu algum suporte aos preços. O derivado foi impulsionado pelo excesso de chuvas em algumas áreas de cultivo da Argentina, que pode afetar o volume e a qualidade da safra no maior exportador mundial de farelo. O vencimento julho da oleaginosa ganhou 3,25 cents (0,31%), e fechou a US$ 10,51 por bushel. De modo geral, o mercado permanece morno e sem um gatilho definido para os preços.
Os fundos reduziram posições compradas, e a soja anda de lado. O desempenho do óleo de soja, que caiu cerca de 1%, limitou os ganhos. O derivado, por sua vez, acompanhou o recuo do petróleo e incertezas quanto à demanda futura por biodiesel nos Estados Unidos. A decisão do Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos pode resultar em maior entrada nos Estados Unidos de óleo de canola do Canadá e de óleo usado de cozinha da China e da União Europeia, o que também pressionou o óleo de soja. As condições favoráveis para o avanço do plantio nos Estados Unidos e a ampla oferta do Brasil também pesaram sobre os contratos.
Em Mato Grosso, na região de Nova Mutum, os compradores indicam entre R$ 112,00 e R$ 113,00 por saca de 60 Kg FOB no disponível. Para safra 2025/2026, há registro de negócios a R$ 115,00 por saca de 60 Kg FOB, para entrega em fevereiro de 2026 e pagamento no fim de abril. No Paraná, na região de Guarapuava, a indicação está entre R$ 133,00 e R$ 135,00 por saca de 60 Kg FOB. No Porto de Paranaguá, há registro de negócios a R$ 140,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em julho e pagamento no fim de agosto. Para a safra 2025/2026, as indicações também estão na casa de R$ 140,00 por saca de 60 Kg, para embarque em fevereiro e pagamento em abril.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.