29/May/2025
No mercado interno de soja, os preços ficaram praticamente estáveis, com leve queda entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca de 60 Kg nesta quarta-feira (28/05). O dólar fechou esta quarta-feira (28/05) em alta firme ante o Real, próximo dos R$ 5,70, sustentado pelo avanço da moeda norte-americana no exterior e pela cautela dos investidores em relação ao desdobramento das mudanças no IOF no Brasil. A pressão de alta foi atenuada após a Reuters informar que parte da perda de arrecadação com o recuo do governo sobre o imposto será coberta pelo resgate de fundos garantidores, mas ainda assim o dólar se manteve em alta.
O dólar fechou a R$ 5,69, com valorização de 0,87%. No mês, a divisa acumula alta de 0,34%. No exterior, a expectativa de que acordos comerciais a serem fechados pelos Estados Unidos poderão melhorar a economia do país dava força ao dólar ante diversas moedas desde cedo. Mas, no caso do Real, o avanço da moeda norte-americana era mais intenso em função do mal-estar persistente em torno da questão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Parece haver dúvidas sobre o rumo do IOF, com o governo estudando alternativas.
Há uma pressão grande, principalmente do mercado financeiro e do agronegócio. A cautela com o IOF fez o dólar subir mais no Brasil do que no exterior. Ainda que não tenha eliminado o mal-estar em relação ao IOF, a notícia de compensação via fundos ajudou a reduzir parte dos prêmios nos mercados. Mesmo assim, o Real se manteve como a moeda com a maiores perdas no mercado global, seguida pelo peso mexicano e pelo peso chileno, numa sessão de modo geral negativa para divisas de emergentes e exportadores de commodities.
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quarta-feira (28/05), após dados terem mostrado que o plantio nos Estados Unidos continua adiantado em relação ao ano passado e à média dos cinco anos anteriores. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que produtores tinham semeado até o dia 25 de maio 76% da área total prevista, em comparação a 66% um ano antes e 68% na média. Em Illinois, o principal Estado produtor, os trabalhos estavam em 75%, à frente do ano passado (70%) mas em linha com a média de cinco anos.
O recuo da soja em grão também refletiu o desempenho do óleo de soja, que caiu mais de 1% com incertezas sobre a demanda futura por biodiesel nos Estados Unidos. O vencimento julho da oleaginosa perdeu 14,00 cents (1,32%), e fechou a US$ 10,48 por bushel. O mercado também foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras. A ausência de compras chinesas de soja norte-americana também vem pesando sobre os contratos. As perdas foram limitadas pelo excesso de chuvas em algumas áreas de cultivo da Argentina, que pode atrapalhar os estágios finais da colheita e afetar tanto o volume quanto a qualidade da safra.
Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, os compradores indicam R$ 120,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque e pagamento ainda dentro de junho. Para a safra 2025/2026, os compradores indicam R$ 120,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em fevereiro e pagamento até março. No Paraná, os compradores indicam R$ 128,00 por saca de 60 Kg CIF Cascavel, para entrega e pagamento em até 30 dias. Na região de Ponta Grossa, há registro de negócios a R$ 130,00 por saca de 60 Kg. Na exportação, a indicação para embarque em junho é de R$ 135,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá, mas com pouco interesse dos vendedores. Para a safra 2025/2026, as indicações CIF Porto de Paranaguá são de R$ 142,00 por saca de 60 Kg, para fevereiro.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.