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27/May/2025

Farelo de Soja: gripe aviária pressiona a demanda

Segundo o Itaú BBA, a ocorrência de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul acendeu o alerta para uma possível retração na demanda interna por farelo de soja no Brasil. Caso os embargos às exportações de carne de frango se estendam por mais de 30 dias e novos focos da doença sejam registrados, o alojamento de aves pode ser reduzido, o que traria impacto direto sobre o consumo de ração e, consequentemente, sobre o mercado de farelo. Se os casos da doença se espalharem, e a manutenção da suspensão das exportações for maior que 30 dias, é possível que haja redução no alojamento e, como consequência, a queda da demanda por farelo de soja. Nesse cenário, a alternativa seria o aumento das exportações do derivado. A pressão sobre os preços já é observada. O farelo de soja acumula a quarta queda mensal consecutiva na Bolsa de Chicago em maio, com baixa de 1% na primeira quinzena, para US$ 289,00 por tonelada.

No Brasil, a queda no mercado interno também persiste. Em Rondonópolis (MT), o farelo caiu 1,3% em abril e mais 1,9% na primeira metade de maio, em meio à demanda fraca e à pressão dos prêmios negativos. A queda ocorre mesmo com margens de esmagamento ainda positivas e com aumento da oferta global. Entre outubro de 2024 e março de 2025, Brasil, Argentina e Estados Unidos processaram, juntos, 81,4 milhões de toneladas de soja, um crescimento de 13% frente ao mesmo intervalo do ano anterior. O Brasil esmagou 27,3 milhões de toneladas (+1 milhão), a Argentina 20,5 milhões (+7,5 milhões) e os Estados Unidos 33,6 milhões (+1 milhão). Com a normalização da safra argentina, a unificação cambial e a redução das retenciones, o país voltou a competir com força no mercado internacional de derivados, intensificando a pressão sobre os preços globais de farelo. No lado oposto, o óleo de soja continua em alta, puxado pelas expectativas em torno da política de biocombustíveis nos Estados Unidos.

Na Bolsa de Chicago, o derivado subiu 11,5% em abril e mais 3% na primeira metade de maio, para US$ 0,49 por libra-peso. No mercado interno, entretanto, o óleo recuou 2% na parcial de maio em Mato Grosso, cotado a R$ 5.778,00 por tonelada, com a demanda do setor de biodiesel ainda lenta. No Congresso dos Estados Unidos, o Partido Republicano apresentou um projeto para estender por quatro anos o crédito fiscal 45Z, com alíquotas de US$ 1,00 a US$ 1,75 por galão para biocombustíveis e adicionais de US$ 0,02 por galão em caso de redução extra nas emissões. A proposta retira penalizações sobre o uso da terra e restringe a elegibilidade às matérias-primas originadas na América do Norte. A medida pode excluir sebo e óleo usado (UCO) de países como China e Brasil, forçando maior uso do óleo de soja norte-americano, o que daria sustentação aos preços. Na Argentina, o excesso de chuvas nas últimas semanas tem atrasado a colheita da soja e afetado a qualidade dos grãos. Segundo a Bolsa de Rosário, as perdas já podem alcançar 1 milhão de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.