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26/May/2025

Preços da soja têm reação no mercado doméstico

O mercado brasileiro de soja parece buscar um melhor direcionamento diante das recentes notícias sobre as safras na América do Sul, do ritmo de cultivo nos Estados Unidos e da guerra comercial entre o país norte-americano e a China. Com isso, os valores da soja vêm oscilando dentro de uma pequena faixa de valores no Brasil, mas, no geral, mostram certa reação após as perdas das últimas semanas. Enquanto o comprador segue tentando adquirir novos lotes a preços menores, os produtores estão afastados do spot, à espera de novas reações. Observa-se avanço nos contratos antecipados para a safra de 2025/2026, sinalizando maior otimismo por parte dos produtores. Esse comportamento é impulsionado pela valorização dos prêmios nos portos, pela alta nas cotações externas e pela crescente atenção às condições climáticas nas regiões produtoras.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,5%, cotado a R$ 133,76 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 0,5% nos últimos sete dias, a R$ 128,15 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram avanço de 0,6% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e no mercado de lotes (negociações entre empresas). A alta externa, por sua vez, está relacionada às condições climáticas adversas nos Estados Unidos e na Argentina. Nos Estados Unidos, há preocupação com o excesso de umidade no leste do cinturão agrícola, que pode atrasar a semeadura e comprometer o desenvolvimento das lavouras.

Na Argentina, as fortes chuvas registradas na semana passada em importantes regiões produtoras também geram alerta, pois podem impactar tanto o volume quanto a qualidade da colheita em andamento. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2025 da soja tem avanço de 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 10,67 por bushel. Considerando-se o contrato de primeiro vencimento, os prêmios de exportação da soja estão em alta. Com bases no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque em junho/2025, as ofertas de compradores estão entre +US$ 0,30 e +US$ 0,40 por bushel. No mesmo período do ano passado, as ofertas de compra para junho/2024 estavam entre +US$ 0,07 e +US$ 0,28 por bushel. O aumento da procura por óleo de soja, impulsionado tanto pelo setor de biodiesel quanto pelo consumo humano, tem exigido um volume maior de esmagamento da soja.

Esse incremento na atividade de processamento gera, consequentemente, uma maior oferta de farelo como subproduto, o que pressiona para baixo as cotações do farelo no mercado interno. Com isso, o preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) em São Paulo registra média de R$ 6.411,61 por tonelada, com alta de 0,6% nos últimos sete dias. Os preços do farelo de soja apresentam baixa de 0,5% no mesmo período. No mercado externo, o farelo é impulsionado por dados indicando boas vendas externas dos Estados Unidos e pela confirmação de que a redução temporária do imposto de exportação norte-americano para soja e derivados na Argentina expirará em 30 de junho. No entanto, o fim da redução pode desacelerar os embarques, impactando os preços do óleo de soja. A Argentina é o maior exportador mundial de farelo e óleo de soja. O contrato Junho/2025 do farelo de soja tem avanço 0,7% nos últimos sete dias, a US$ 329,04 por tonelada. O contrato Junho/2025 do óleo de soja registra desvalorização de 0,4% no mesmo período, a US$ 1.082,68 por tonelada.

A colheita da safra 2024/2025 no Brasil segue para a reta final. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 98,9% haviam sido colhidos até o dia 17 de maio, restando apenas Maranhão (85%), Santa Catarina (96,9%) e Rio Grande do Sul (97%) para finalizarem as atividades. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita da safra 2024/2025 de soja na Argentina havia alcançado 74,3% da área até 21 de maio, com avanço de apenas 9,4% em relação à semana anterior. As chuvas significativas no nordeste de Buenos Aires desaceleraram o ritmo dos trabalhos na região. A produção estimada se manteve em 50 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, o cultivo da temporada 2025/2026 atingiu 66% da área até 18 de maio, avanço de 18% em uma semana e acima dos 53% semeados na média dos últimos cinco anos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.