19/May/2025

De acordo com análise do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, o acordo recentemente firmado entre Estados Unidos e China relativo a tarifas deve proporcionar um prêmio positivo temporário à soja brasileira, mas esse diferencial já apresenta redução significativa. A imposição de tarifas de importação chinesas maiores aos produtos agrícolas norte-americanos (10%) tende a manter algum prêmio positivo aos grãos brasileiros nos próximos 90 dias, mas essa margem é substancialmente menor do que há uma semana. Os investidores devem manter cautela quanto à duração desses benefícios para o produto brasileiro.

Não se descarta que novas negociações possam envolver redução das tarifas de produtos agrícolas norte-americanos, inclusive envolvendo outros países. Nesse sentido, os prêmios provenientes de guerra comercial podem ser temporários. O preço da soja na Bolsa de Chicago reagiu positivamente após o anúncio do acordo, indicando que o mercado já precifica uma redução nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O Monitor Agro do Bradesco contextualiza essa análise em um cenário mais amplo, onde a primeira estimativa da safra de grãos 2025/2026 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sugere um balanço global apertado.

Para a soja, apenas o Brasil deve adicionar oferta, entre os grandes produtores mundiais. O cenário segue desafiador, no entanto, diante da demanda crescente, que mantém estoques em baixo patamar. No cenário doméstico, maio está mostrando força nas exportações agrícolas brasileiras, com alta nos embarques de soja e carnes. No entanto, o relatório indica que o volume de soja exportado ainda não reflete a safra volumosa, dado que o produtor tem segurado as negociações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.