15/May/2025
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que, embora não tenha sido finalizado, o entendimento entre Brasil e China para sincronia na aprovação de biotecnologia (transgênicos) "avançou muito" durante a missão brasileira ao país asiático. Ainda segundo o ministro, o possível acordo será não somente para o Brasil poder vender biotecnologia já disponível, para o campo produzir mais e com mais competitividade, mas também para que se possam comprar tecnologias que os chineses estão desenvolvendo. Várias dessas biotecnologias não são utilizadas nas lavouras brasileiras porque precisam, antes, ser aprovadas pelo país comprador dos grãos.
A sincronia na aprovação de transgênicos era um tema prioritário na agenda brasileira. Autoridades brasileiras e chinesas trataram do assunto com a participação do setor privado. O tema desperta atenção tanto da indústria de biotecnologia e insumos, que estão representados pela CropLife Brasil na China, quanto do setor produtivo de soja e milho porque a demora na aprovação chinesa de cultivares brasileiras afeta o uso desses produtos pelos agricultores brasileiros, já que os grãos não podem ser exportados se a transgenia não for aprovada nos dois mercados.
A proposta do Brasil é um memorando de entendimento que permitiria a aprovação simultânea de biotecnologia e a entrada dos eventos de transgenia no mercado chinês. O tema deve ser debatido pelo comitê de biotecnologia da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) durante a missão brasileira ao país, mas ainda sem sinais sobre o reconhecimento imediato. Fávaro comentou também sobre a abertura pela China de cinco novos mercados para produtos agropecuários brasileiros.
Pelos protocolos acordados, o Brasil poderá exportar carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (coração, fígado e moela), grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho) e farelo de amendoim ao mercado chinês. Foi um recorde de aberturas de mercados somente em um dia. A China importa em torno de US$ 20 bilhões desses mercados (somando com pescado extrativo aberto em abril). É um potencial de mais US$ 20 bilhões por ano que podem ser exportados. O ministro citou ainda um acordo firmado pelo Ministério de Minas e Energia que envolve a participação de companhias chinesas na produção de adubos nitrogenados no Brasil.
É fundamental para o crescimento e estabilidade da produção brasileira de alimentos, com os fertilizantes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que saiu da China "muito satisfeito" com os acordos econômicos firmados com o presidente chinês, Xi Jinping. Segundo o presidente, o comércio entre os países tem que ser equilibrado e a relação com o país asiático é estratégica. O Brasil quer atrair mais investimentos chineses em infraestrutura e tecnologia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.