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13/May/2025

Soja brasileira é competitiva no mercado externo

Segundo a Stonex, a redução temporária de tarifas entre Estados Unidos e China deve ter impacto limitado nas exportações de soja norte-americana, uma vez que os grãos brasileiros seguem significativamente mais competitivos no mercado internacional. Os preços da soja brasileira desembarcada na China estão cerca de US$ 0,70 por bushel abaixo dos valores do produto norte-americano. Mesmo antes de qualquer tarifa retaliatória, a soja brasileira já chega aos portos chineses significativamente mais barata do que a norte-americana apenas pela combinação de frete, câmbio e bases de comercialização. O acordo firmado entre as duas maiores economias do mundo estabelece uma suspensão parcial das tarifas por 90 dias, com possibilidade de prorrogação caso as negociações para um entendimento mais amplo avancem. Os Estados Unidos reduzirão suas tarifas de 145% para 30%, enquanto a China cortará suas alíquotas de 125% para 10%.

A vantagem brasileira se mantém estrutural, impulsionada por anos de expansão da fronteira agrícola estimulada pela desvalorização cambial. Nos últimos 15 anos, o câmbio mais desvalorizado no Brasil tem estimulado uma expansão massiva da área plantada com milho e soja. Apenas considerando áreas de vegetação não florestal que podem ser convertidas em lavouras, o Brasil possui capacidade de expansão de aproximadamente 40,5 milhões de hectares sem sequer tocar na floresta amazônica. A trégua teve impacto imediato nos mercados globais nesta segunda-feira (12/05). A soja chegou a subir mais de 2% no início do pregão, mantendo alta de 1,5% no meio da sessão. O petróleo avançou cerca de 4% nos primeiros negócios, recuando posteriormente para ganhos ao redor de 3%. O mercado precificou menor risco de recessão global e expectativa de retomada do crescimento econômico. Provavelmente haverá um aumento na demanda, com varejistas aproveitando esta janela de 90 dias, que expiraria em agosto, para fazer estoques, inclusive para o período natalino.

No entanto, a vantagem brasileira só seria efetivamente ameaçada se um novo acordo comercial obrigasse a China a comprar volumes fixos de produtos agrícolas dos Estados Unidos, como ocorreu no acordo "Fase 1" assinado durante a primeira administração Trump. A China tende a comprar dos Estados Unidos apenas quando esgota os suprimentos do Brasil e, em certa medida, da Argentina. Para o mercado de soja, o anúncio sobre o novo mandato de produção de diesel renovável nos Estados Unidos pode ter impacto mais relevante no curto prazo. A expectativa é de que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) eleve o volume de mandatos dos atuais 3,35 bilhões para até 5 bilhões de galões ao ano. Deve haver um aumento forte no mandato, possivelmente para 4,4 bilhões ou 4,6 bilhões de galões. Isso deve impulsionar a demanda por óleo e dar suporte à indústria de esmagamento. O anúncio pode ocorrer nos próximos dias, possivelmente ainda esta semana. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.