12/May/2025
As negociações envolvendo soja em grão estão lentas neste início de maio, limitadas pela disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores. Demandantes estão atentos às quedas externas e dos prêmios de exportação no Brasil, que diminuíram a paridade de exportação. Além disso, o ambiente é de oferta nacional recorde e de aumento da disponibilidade na Argentina. Os vendedores estão de olho nas exportações elevadas em abril e na expectativa de maior demanda externa para os próximos meses. Para a paridade de exportação de soja, com base no preço FOB no Porto de Paranaguá (PR) e no dólar futuro negociado na B3 na quinta-feira (08/05), o embarque em junho/2025 foi calculado em R$ 137,82 por saca de 60 Kg, queda de 1,6% nos últimos sete dias, porém, acima do valor negociado para a soja no mercado spot nacional.
Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta leve alta de 0,3%, cotado a R$ 132,52 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ se mantém praticamente estável, com leve alta de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 127,88 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, há baixa de 0,7% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e no mercado de lotes (negociações entre empresas). De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil escoou 15,27 milhões de toneladas de soja em abril/2025, crescimento de 4,2% sobre o volume de março e 4,2% acima do exportado há um ano. Trata-se da terceira maior quantidade de soja embarcada pelo País, atrás apenas da de junho/2023 (15,58 milhões de toneladas) e de abril/2021 (16,11 milhões de toneladas). Para a China, especificamente, o volume escoado caiu 3% de março para abril.
Na parcial deste ano (de janeiro a abril), o Brasil exportou 37,43 milhões de toneladas de soja, um recorde, considerando-se os mesmos períodos de anos anteriores. O valor médio recebido pelas vendas externas na parcial deste ano está em R$ 137,95 por saca de 60 Kg, 2,1% acima do registrado em intervalo equivalente de 2024. As exportações do farelo de soja, por sua vez, estiveram mais aquecidas, somando 2,21 milhões de toneladas em abril, sendo o maior volume escoado desde outubro do ano passado e um recorde para um mês de abril. Entre os dois últimos meses, o aumento no embarque do derivado foi de 19,2% e, no comparativo anual, de 3%. Vale destacar que o principal destino do farelo de soja foi a Indonésia, a qual, inclusive, adquiriu do Brasil a maior quantidade da história para um único mês, de 654,7 mil toneladas. Na parcial deste ano (de janeiro a abril), saíram dos portos brasileiros 7,37 milhões de toneladas de farelo de soja, um recorde para o período.
Os embarques de óleo de soja estiveram enfraquecidos no último mês. O Brasil escoou ao mercado externo apenas 103,31 mil toneladas do derivado em abril, a menor quantidade para o período. De março para abril, a redução foi de 45,12% e de abril/2024 a abril/2025, de 22,64%. Na parcial deste ano, as exportações de óleo somam 480,73 mil toneladas, 45,5% a mais que o escoado no mesmo período de 2024. Diante das baixas demandas externa e doméstica, sobretudo por parte do setor de biodiesel no Brasil, os preços do óleo de soja seguem em queda no Brasil. A cotação do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra média de R$ 6.457,20 por tonelada, queda de 2,9% nos últimos sete dias. Os futuros da oleaginosa seguem em queda, diante da enfraquecida procura pela soja norte-americana e das condições climáticas favoráveis ao cultivo da temporada 2025/2026 no Hemisfério Norte. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento (Maio/2025) da oleaginosa tem baixa de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 10,36 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja registra desvalorização de 2,7% no mesmo período, a US$ 1.058,87 por tonelada.
A queda deste subproduto está atrelada às expectativas de menor demanda da Índia. O contrato Maio/2025 do farelo de soja, por sua vez, apresenta leve valorização de 0,5%, a US$ 317,24 por tonelada. As atividades de campo da temporada 2024/2025 estão praticamente finalizadas no Brasil, com 97,7% das lavouras colhidas até o dia 3 de maio, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os Estados ainda com trabalhos de colheita são Maranhão (73% colhidos), Santa Catarina (90%) e Rio Grande do Sul (92%). Na Argentina, a área recém-colhida tem apresentado maior produtividade que as áreas precoces, cenário que influenciou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires a aumentar a estimativa da safra 2024/2025 para 50 milhões de toneladas. A colheita da oleaginosa alcançou 44,9% até 7 de maio. Nos Estados Unidos, o cultivo da temporada 2025/2026 atingiu 30% da área até 4 de maio, avanço de 22% em uma semana e acima dos 23% semeados na média dos últimos cinco anos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.