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07/May/2025

Brasil pode chegar a 60% da produção global de soja

Para o ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, oportunidades abertas em mercados que vão retaliar as barreiras comerciais dos Estados Unidos devem impulsionar a produção de grãos no Brasil. Por outro lado, os produtos brasileiros podem encontrar mais obstáculos em um mundo com mais barreiras ao comércio, não apenas nos Estados Unidos. Até 2030, o Brasil vai responder por 60% da produção global de soja, aproveitando-se das retaliações aos Estados Unidos. A produção brasileira de milho deve subir para 90 milhões de toneladas no mesmo período, na esteira do consumo gerado pelo aumento da renda em economias como Índia e mercados asiáticos. Esse é o cenário positivo pós-tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump.

Os desafios são colocados pela perspectiva de mais barreiras tanto comerciais quanto ambientais, em especial na Europa, em paralelo à maior ocorrência de eventos climáticos extremos. Porém, fatores políticos podem impedir o acesso dos produtos brasileiros em mercados internacionais. São muitas as oportunidades, são muitos os riscos e as transformações tecnológicas ao longo das movimentações da geopolítica. A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos marca o fim da ordem criada após o acordo internacional de Bretton Woods, de 1944, de liberalização do mercado e fortalecimento das organizações multilaterais. O modelo econômico pós-Bretton Woods tirou 1 bilhão de pessoas da miséria, especialmente na Ásia, mas gerou descontentamentos com a globalização.

“Trump é sintoma de tudo que vivemos nos últimos anos”, assinalou. A consequência do tarifaço de Trump deve ser um aumento das zonas de influência norte-americana e chinesa no mundo. Em paralelo, a Europa vai buscar manter a sua posição de liderança global. A China deve assistir mais empresas deixando o país em direção a destinos como a Índia, que pode fechar um acordo com os Estados Unidos. A tendência é que a China invista em políticas para fortalecer o consumo interno em reação aos obstáculos a suas exportações, que puxaram o crescimento do país nos últimos anos. É apenas uma especulação prever se o antagonismo entre Estados Unidos e China, a batalha do século, vai evoluir a um conflito armado. No entanto, no mínimo está em curso uma “guerra fria”. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.