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24/Apr/2025

Farelo de Soja: oferta argentina pressionará preços

Segundo o Itaú BBA, a retirada temporária das retenciones e a mudança no regime cambial da Argentina devem destravar a comercialização de soja no país vizinho e pressionar as cotações internacionais do farelo. O produtor argentino tinha o hábito de segurar o grão pelo receio com a inflação e o spread cambial, agora, com essa mudança e a ausência das retenciones até junho, o produtor argentino deve vir para a venda. O novo pacote econômico inclui a unificação dos tipos de dólar, flutuação livre da moeda entre 1.000 e 1.400 pesos, fim das restrições cambiais e entrada de novos recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial. As medidas devem impulsionar as vendas por parte dos produtores e aumentar a oferta exportável de grãos, farelo e óleo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima, no relatório de abril, as estimativas de processamento da safra sul-americana.

Para a Argentina, o esmagamento foi elevado para 42,6 milhões de toneladas, e as exportações de farelo, para 29,5 milhões. No caso do Brasil, o USDA aumentou o esmagamento para 57 milhões de toneladas, com produção estimada de 44 milhões de farelo e exportações de 23 milhões. O aumento das capacidades de esmagamento de Brasil e Estados Unidos resultarão em elevação da oferta global de farelo, com consequente elevação dos estoques finais globais, uma vez que a demanda não deve crescer no mesmo ritmo da oferta. O Itaú BBA também aponta que a substituição do farelo pelo DDG, subproduto do milho usado na alimentação animal, é mais um fator de pressão sobre os preços. Na Bolsa de Chicago, o farelo acumula sua terceira queda mensal consecutiva. Em março, os contratos recuaram 0,6% ante fevereiro, e caíram mais 1,3% na primeira quinzena de abril, para US$ 292,00 por tonelada.

No mercado interno, o preço em Rondonópolis (MT) caiu 0,6% na parcial de abril, após recuo de 0,4% no mês anterior. A demanda doméstica segue fraca. No caso do óleo de soja, os preços recuaram 7,2% em março na Bolsa de Chicago, acompanhando o petróleo, mas voltaram a subir 9,4% na primeira metade de abril. Internamente, os preços ainda não reagiram na mesma intensidade: em Mato Grosso, o óleo de soja foi cotado a R$ 5.863,00 por tonelada na primeira quinzena de abril, queda de 0,3% no mês. A demanda segue limitada pelo ritmo lento do setor de biodiesel. Em contrapartida, os embarques brasileiros de óleo ganharam força. As exportações atingiram 204,1 mil toneladas em março, alta de 82% sobre fevereiro e 52,8% na comparação com março do ano passado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o acumulado do primeiro trimestre somou 405 mil toneladas, 74% acima do mesmo período de 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.