17/Apr/2025

Os futuros de soja fecharam em leve alta nesta quarta-feira (16/04) na Bolsa de Chicago, com relatos na mídia de que a China estaria disposta a retomar negociações comerciais com os Estados Unidos. O enfraquecimento do dólar ante o Real e a alta do petróleo também deram suporte aos preços. A queda da moeda norte-americana tende a desestimular as exportações brasileiras, enquanto a alta do petróleo faz com que refinarias tenham mais incentivo para misturar biodiesel ao diesel. O óleo de soja é uma das principais matérias-primas usadas na fabricação do biocombustível. O vencimento julho da oleaginosa ganhou 3,75 cents (0,36%), e fechou a US$ 10,50 por bushel.

Também influenciou os preços a possibilidade de que a área semeada nos Estados Unidos seja ainda menor do que a expectativa inicial. Segundo analistas, a guerra comercial entre Estados Unidos e China deve resultar em menor demanda chinesa pelo grão norte-americano, o que poderia levar a uma migração de área de soja para o milho. Com o milho mais atrativo e esse cenário de tarifas, alguns produtores podem até reduzir a área de soja. No entanto, mudanças grandes são improváveis, já que muitos insumos e sementes já foram comprados. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que o plantio de soja no país estava em 2% no dia 13 de abril, ante 3% um ano antes e 2% na média de cinco anos.

A queda acentuada nas importações chinesas de soja limitou os ganhos. A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) informou que o país importou 3,5 milhões de toneladas do grão em março, queda de 37% na comparação anual e o menor nível para o mês em 17 anos. Segundo o Commerzbank, agora que a oleaginosa dos Estados Unidos está sujeita a tarifas, a China pode estar aguardando a chegada de mais soja brasileira ao mercado. A Datagro estima que o país asiático deverá importar 8 milhões de toneladas de soja em abril. Com a colheita ainda em curso no Brasil, a limitação da oferta dos Estados Unidos e o agravamento das tensões comerciais, a maior parte desse volume deverá ter origem no Brasil.