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17/Apr/2025

Tarifas dos EUA abrem espaço para Brasil na China

Segundo avaliação do Itaú BBA, a imposição de tarifas recíprocas entre Estados Unidos e China, formalizada no início deste mês, após semanas de tensão, reforça o espaço do Brasil como principal fornecedor de soja para o mercado chinês. A combinação entre oferta abundante e tarifas elevadas sobre produtos norte-americanos cria uma janela estratégica para o agronegócio brasileiro ampliar sua presença no maior mercado asiático. Contudo, há possibilidade de um novo acordo entre Estados Unidos e China que pode neutralizar parte dos ganhos.

Na soja, o movimento se dá sobre uma base já consolidada. Em 2024, o Brasil respondeu por cerca de 70% da soja importada pela China. Com a tarifa chinesa sobre o grão norte-americano mantida em 145%, o cenário tornou-se ainda mais favorável ao produto brasileiro. Embora o Brasil já tenha uma participação significativa nas importações chinesas de soja, pode haver ganhos adicionais de participação em caso de manutenção da tarifa de 145% sobre as compras chinesas.

Os prêmios de exportação da soja nos portos brasileiros, como o Porto de Paranaguá (PR), já vêm reagindo a esse cenário. O mercado considera a maior atratividade do produto nacional, especialmente no segundo trimestre, quando os embarques brasileiros ganham força e os Estados Unidos ainda não colheram a nova safra. Contudo, o ambiente geopolítico ainda é instável. Um eventual acordo entre as duas potências pode neutralizar ganhos do Brasil. Isso foi o que ocorreu no pacto da 'Fase 1' em 2020, embora não tenha sido integralmente cumprido.

O Brasil deve se beneficiar da combinação entre aumento de área plantada, câmbio competitivo e demanda internacional instável. Ainda assim, o impacto final dependerá do desdobramento político entre as duas maiores economias do mundo. Os desdobramentos do tarifaço para o agronegócio brasileiro, com as informações até meados de abril, parecem, no agregado, positivos. Mas isso dependerá do não aprofundamento das tensões entre Estados Unidos, China e União Europeia, direcionando o mundo a um menor crescimento econômico. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.