14/Apr/2025
Segundo a Associação Americana da Soja (ASA), a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China pode ter impactos para produtores norte-americanos de soja na atual temporada de cultivo. Isso é algo difícil de aceitar, tendo em vista que a China continua sendo o maior mercado de exportação de soja dos Estados Unidos. No dia 10 de abril, os Estados Unidos elevaram a tarifa sobre produtos chineses para 145%, após a China ter aumentado a tarifa retaliatória sobre produtos importados dos Estados Unidos de 34% para 84%.
Para os outros parceiros comerciais, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas. A tarifa recíproca será de 10% durante esse período. Os produtores correm o risco de impactos imediatos nesta temporada de cultivo, juntamente com os impactos que uma guerra comercial prolongada com a China infligirá novamente ao setor. As interrupções de curto prazo são dolorosas, mas as repercussões de longo prazo para reputação e confiabilidade como fornecedor e a estabilidade dessas relações comerciais são difíceis de descrever.
Além disso, a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China ameaça causar danos econômicos duradouros aos agricultores norte-americanos, podendo forçar muitos a encerrar suas atividades. Os produtores nunca se recuperaram totalmente da primeira guerra comercial com a China, iniciada por Donald Trump em 2018, e esse novo embate pode levar ainda mais produtores à falência. Caso isso continue até o outono do Hemisfério Norte ou até o próximo ano, haverá uma possibilidade real de que algumas fazendas deixem de existir.
Haverá uma nova geração que não quer ou não consegue voltar ao campo, simplesmente por causa da situação econômica ou da situação das fazendas em geral. Para a ASA, Estados Unidos e China deveriam buscar um acordo comercial de Fase 2 que aborde as preocupações comerciais dos Estados Unidos de forma construtiva, preservando ao mesmo tempo os mercados que os produtores norte-americanos dependem. Quanto à pausa de 90 dias nas tarifas, a associação disse que é uma oportunidade para discussões que podem trazer uma resolução. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.