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14/Apr/2025

Brasil exporta volume recorde com tarifa dos EUA

Segundo a StoneX, a tarifa imposta pela China sobre a soja dos Estados Unidos está mudando os fluxos globais da oleaginosa e impulsionando as exportações do Brasil, que já registraram recorde em março e devem bater novo recorde anual. A exportação brasileira de soja deve ser recorde. Já foi recorde em março. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o País exportou 16,096 milhões de toneladas no mês passado. Mesmo com prêmios firmes nos portos e cotações pressionadas na Bolsa de Chicago, o grão brasileiro segue competitivo. A soja norte-americana perde muito em competitividade colocada na China, mesmo com os prêmios aqui mais fortalecidos. A tarifa de importação da soja dos Estados Unidos já chegou a 44%, e a China tem reduzido a dependência do produto norte-americano. A China já compra a maior parte da soja do Brasil há anos. E vem reforçando isso.

O Brasil aumentou as exportações em mais de 30 milhões de toneladas desde 2017. O avanço coincide com o primeiro mandato de Donald Trump, quando começou a primeira guerra comercial com a China. Na época, o país asiático importava cerca de 95 milhões de toneladas de soja por ano. Em 2024, foram 105 milhões. Do lado da oferta, o Brasil caminha para colher 167,5 milhões de toneladas de soja em 2024/2025. O volume é recorde, mas abaixo do potencial inicial projetado em 175 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul foi o Estado que mais perdeu. A estimativa caiu de 23 milhões para menos de 15 milhões de toneladas por causa da seca em janeiro e fevereiro. Paraná e Mato Grosso do Sul também tiveram perdas. Em compensação, outros Estados registraram boa produtividade. A Argentina, que chegou a projetar safra de 53 milhões de toneladas, agora trabalha com cerca de 48 milhões.

Ainda assim, não houve quebra significativa na América do Sul. A produção global segue acima do consumo. São três safras consecutivas assim. Isso é o que pressiona a Bolsa de Chicago. O mercado volta agora as atenções para os Estados Unidos, onde o produtor deve plantar mais milho do que soja. A área da oleaginosa deve cair para 33,8 milhões de hectares. Se a área de soja cair e a produtividade não for excelente, o balanço pode apertar. A StoneX projeta produtividade de 3,41 toneladas por hectare, abaixo da projetada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Nos Estados Unidos, outro fator que pode influenciar os preços é a possível ampliação dos mandatos de biodiesel e diesel renovável. O óleo de soja é a principal matéria-prima. Se os mandatos aumentarem, isso estimula o esmagamento interno e dá suporte para Bolsa de Chicago. No Brasil, mesmo com o adiamento da mistura de biodiesel B14 para B15, as margens de esmagamento continuam positivas. O Brasil tem um prêmio fortalecido com essa guerra comercial e um ritmo de negócios mais lento no mercado interno. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.