ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Apr/2025

EUA pode perder ainda mais compradores de soja

Produtores de soja dos Estados Unidos podem enfrentar ainda mais dificuldades, se a União Europeia, seguindo os passos da China, impor tarifas sobre produtos agrícolas norte-americanos, incluindo a soja. A União Europeia aprovou na quarta-feira (09/04) suas primeiras medidas de retaliação em resposta às tarifas do presidente Donald Trump, com novas tarifas sobre produtos norte-americanos no valor de 21 bilhões de euros (US$ 23 bilhões). Segundo o Wall Street Journal, a soja está entre os alvos da medida. Isso pode deixar os produtores norte-americanos com ainda menos compradores em potencial, tendo em vista que a China, o maior importador mundial de soja, já anunciou tarifas de 84% sobre os produtos dos Estados Unidos e suspendeu autorizações de importação de algumas empresas norte-americanas, interrompendo efetivamente os embarques de soja para o país.

As vendas para a China representavam mais da metade das exportações de soja dos Estados Unidos em 2023. Já a União Europeia era o segundo maior mercado, absorvendo 13% do total, seguida por México, Japão, Indonésia e Taiwan. Durante a guerra comercial entre Estados Unidos e China em 2018, o governo chinês reduziu em 75% suas compras de soja norte-americana. No entanto, outros parceiros comerciais como União Europeia, México e Taiwan aumentaram suas importações, o que ajudou a compensar em parte as perdas com a China. Naquele ano, a União Europeia quase dobrou suas importações de soja norte-americana, passando de US$ 1,6 bilhão em 2017 para US$ 3 bilhões em 2018, absorvendo boa parte do excedente. Ao mesmo tempo, a China passou a importar mais do Brasil.

Se as novas tarifas da União Europeia forem implementadas, é provável que as exportações de soja dos Estados Unidos para o bloco diminuam. E será mais difícil para outros países absorverem esse excedente, especialmente num momento de incerteza econômica global e temor de recessão, o que pode enfraquecer a demanda. A situação se complica ainda mais com a perspectiva de uma safra recorde no Brasil, o maior produtor mundial de soja. O Departamento de Agricultura dos Estado Unidos (USDA) estima que o País produzirá 169 milhões de toneladas na safra 2024/2025, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Isso deve atrair ainda mais compradores para a soja brasileira, reduzindo o apelo da soja norte-americana. Na quarta-feira (09/04), os Estados Unidos anunciaram uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, que ficarão em 10% durante esse período.

Isso vai beneficiar o Japão, que enfrentava uma tarifa de 24%, além de Indonésia e Taiwan, ambas ameaçadas com uma tarifa de 32%. Os três países terão, por enquanto, a tarifa reduzida de 10%. Enquanto isso, a tarifa sobre produtos chineses foi elevada de 104% para 125%. México e Canadá não foram afetados pelas novas medidas, pois ambos estão sujeitos a uma tarifa de 25%, mas produtos cobertos pelo Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) continuam isentos. Indonésia e Taiwan afirmaram que não pretendem retaliar e buscam acordos mutuamente benéficos por meio de negociações. Taiwan, em particular, anunciou que pretende aumentar investimentos e compras de produtos dos Estados Unidos. O Japão ainda não anunciou medidas retaliatórias, mas elas estão sendo consideradas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.