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08/Apr/2025

EUA: produtores temem que China cancele compras

As tarifas retaliatórias da China de 34%, anunciadas na sexta-feira (04/04), após as impostas pelos Estados Unidos na quarta-feira (02/04), fizeram com que agricultores dos Estados Unidos temessem cancelamentos de vendas feitas ao país asiático. Analistas avaliam se os chineses, que já compraram 22 milhões de toneladas de soja da safra 2024/2025, poderiam tomar tal medida. A China ainda é a maior consumidora do grão dos Estados Unidos, apesar de Brasil e Argentina estarem ocupando uma fatia cada vez maior desse mercado. Para a Allendale, a China poderia descartar uma quantidade considerável da oleaginosa, de 8,165 milhões de toneladas a 10,887 milhões de toneladas. Caso esse cenário se concretize, poderá representar mais de 20% da quantidade total de soja dos Estados Unidos que deverá ser exportada na temporada 2024/2025, de acordo com previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Em virtude do tumulto causado pela agenda tarifária do presidente Trump, não está claro por quanto tempo a nova tarifa da China, que surgiu como uma resposta à tarifa de 34% dos Estados Unidos sobre as exportações chinesas, poderá permanecer em vigor. A interrupção ocorre no momento em que os produtores se preparam para mais um ano difícil. O USDA previu no início deste ano que os agricultores em 2025 teriam dificuldades com os baixos preços das commodities, já que as receitas de soja devem ser quase 9% menores do que em 2024, e as de milho, perto de 6% menores. Os contratos futuros de soja mais ativos caíram 3,4%, para US$ 9,86 por bushel na sexta-feira (04/04) na Bolsa de Chicago, seu menor valor desde dezembro. A baixa nos contratos afasta ainda mais os preços das safras do "ponto de equilíbrio", que seria o necessário para que produtores cubram os custos de insumos como sementes, mão de obra e fertilizantes, entre outras necessidades.

Antes de Donald Trump anunciar a rodada de tarifas recíprocas de 2 de abril, a projeção era de que agricultores receberiam mais de US$ 40 bilhões em pagamentos diretos do governo, o que inclui ajuda aos atingidos por desastres climáticos no fim do ano passado. O USDA ainda não confirmou se, com as novas tarifas, eles receberão ajuda econômica para lidar com a redução de compras de países como a China. A secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, é preciso estar preparado para que, se houver danos de longo prazo, haja fundos necessários para trabalhar com os senadores e com os responsáveis pela alocação de recursos, e fazer o que foi feito no 1º governo de Donald Trump, que enviou cerca de US$ 23 bilhões para compensar agricultores. A primeira guerra comercial resultou em mais de US$ 27 bilhões em perdas em exportações agrícolas, de acordo com pesquisa do USDA. Enquanto a China intensificou o confronto comercial com os Estados Unidos, outras nações parecem estar mais dispostas a negociar com Donald Trump para reduzir ou eliminar tarifas.

Na sexta-feira (04/04), autoridades do Vietnã confirmaram que buscavam negociar com os Estados Unidos para reduzir a nova tarifa de 46% imposta aos produtos vietnamitas para 0%. Com sinais de que algumas nações estão dispostas a trabalhar com Trump, os futuros do milho na Bolsa de Chicago ficaram positivos na sexta-feira (04/04), e o contrato de milho mais ativo fechou em alta de 0,6%, a US$ 4,60 por bushel. Isso ocorre depois que o México, o maior comprador das exportações de milho dos Estados Unidos, não foi alvo da última rodada de tarifas recíprocas, dando aos comerciantes a garantia de que as exportações de milho permanecerão estáveis, retirando o milho da lista de preocupações. Alguns traders e analistas acreditam que os futuros da soja devem se recuperar em breve, com a economia chinesa sendo vista como mais fraca do que durante a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que começou em 2018. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.