ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

07/Apr/2025

Tendência de alta no preço com tarifas retaliatórias

Os valores dos contratos futuros do complexo soja negociados na Bolsa de Chicago registraram quedas nas últimas semanas, sobretudo os do grão e do farelo. A pressão veio do avanço da colheita de soja no Brasil (principal produtor e maior exportador mundial da oleaginosa) e dos estoques elevados nos Estados Unidos. No entanto, o movimento de baixa tende a ser reforçado nos próximos dias, devido às tarifas de importações impostas pelo governo norte-americano e às consequentes retaliações. Na sexta-feira (04/04), a China anunciou tarifa de 34% sobre os produtos norte-americanos. No caso de produtos agrícolas, certamente, tarifas desta natureza inviabilizam as compras nos Estados Unidos e levam demandantes externos, como a China, a buscar novos fornecedores. Para a soja em grão, o primeiro vencimento na Bolsa de Chicago registra recuo de 0,5% nos últimos sete dias.

De fevereiro para março, a baixa havia sido de 3,4%, com a média do último mês a US$ 10,05 por bushel, a menor desde dezembro/2024. Ressalta-se que a desvalorização externa da soja é limitada pela alta no preço do óleo, a qual, por sua vez, foi influenciada pela maior demanda nos Estados Unidos. O contrato de primeiro vencimento do óleo registra expressiva alta de 6,3% nos últimos sete dias. Em março, contudo, a média do primeiro vencimento de óleo na Bolsa de Chicago foi de US$ 936,76 por tonelada, 7% inferior à média de fevereiro e a mais baixa desde dezembro/2024. Quanto ao farelo de soja, os preços futuros apresentam baixa de 2,2% nos últimos sete dias. Em março, a média foi de US$ 325,91 por tonelada, queda de 0,7% sobre fevereiro e a menor desde dezembro/2024. Em relatório trimestral divulgado no dia 31 de março, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que os estoques de soja nos Estados Unidos somavam 51,99 milhões de toneladas até 1º de março, acima da expectativa do mercado.

Por outro lado, o USDA relata que a área a ser cultivada com soja nos Estados Unidos pode diminuir em 3% frente à safra passada, projetada em 33,79 milhões de toneladas para a temporada 2025/2026. O cultivo desta temporada deve se iniciar nos próximos dias, e as condições climáticas devem ficar no radar dos agentes de mercado. Nesse ambiente, os valores do complexo soja também estão pressionados no spot nacional, mas o movimento baixista é limitado pelo avanço dos prêmios de exportação no País, que, por sua vez, estão em alta diante da maior demanda internacional pelo grão brasileiro. Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque em abril/2025, o prêmio de exportação da soja, passou de +US$ 0,80 por bushel no dia 27 de março, para +US$ 1,05 por bushel agora.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1%, cotado a R$ 131,77 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,5% nos últimos sete dias, a R$ 126,98 por saca de 60 Kg. Em março, as médias de ambos os Indicadores avançaram 1,5% sobre as de fevereiro. Nos últimos sete dias, as quedas são de 1,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). De fevereiro para março, foram registradas altas, de 0,6% e de 0,5%, respectivamente. As cotações dos derivados estão em direções opostas no mercado brasileiro.

O consumo doméstico do óleo de soja está maior nos últimos dias, impulsionado pela demanda por parte do setor de biocombustíveis, que utiliza o óleo de soja como matéria-prima. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) é comercializado a R$ 6.718,16 por tonelada, alta de 3,6% nos últimos sete dias. Os preços do farelo de soja estão pressionados pelo aumento da oferta, resultado do avanço da colheita e do consequente crescimento do esmagamento nas indústrias. O farelo tem desvalorização de 0,6% nos últimos sete dias. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 29 de abril, 81,4% da área nacional de soja havia sido colhida, superando os 71% registrados no mesmo período de 2024 e os 67,2% da média de cinco anos. As Regiões Centro-Oeste e Sudeste são as mais adiantadas com as atividades de campo. Na Região Sul do Brasil e na Argentina, as chuvas intensas ocorridas nos últimos dias atrapalharam a colheita. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.