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04/Apr/2025

Disputa tarifária entre EUA e China favorece Brasil

Segundo o Itaú BBA, as tarifas impostas nas trocas comerciais entre Estados Unidos e China continuam favorecendo a competitividade da soja brasileira no mercado internacional. Mesmo em meio a uma safra recorde no Brasil e ao aumento global dos estoques, os prêmios de exportação seguem sustentados pela maior demanda chinesa pelo produto brasileiro. Além dos fundamentos de oferta e demanda, as incertezas tarifárias seguem no radar. As tarifas impostas entre China e Estados Unidos impactam a competitividade da soja norte-americana, favorecendo o Brasil. Com isso, a demanda chinesa tem migrado ainda mais para o produto brasileiro, sustentando os prêmios de exportação mesmo em meio à safra recorde.

A produção global da safra 2024/2025 deve crescer 7% na comparação com o ciclo anterior, com destaque para a América do Sul. Brasil, Argentina e Paraguai devem adicionar 17 milhões de toneladas à oferta global. Só o Brasil deve produzir 170 milhões de toneladas, mesmo com perdas no Rio Grande do Sul estimadas em 6 milhões de toneladas. A produtividade acima da média no Centro-Norte compensou essas perdas. Apesar do crescimento da oferta, o consumo mundial também deve avançar, com alta de 6%, impulsionado principalmente pela demanda do setor de biocombustíveis, que utiliza o óleo de soja como matéria-prima. Ainda assim, os estoques aumentaram 8% globalmente, o que limita uma reação mais firme dos preços internacionais. Para a temporada 2025/2026, os primeiros números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam redução de 4% na área plantada com soja, estimada em 33,8 milhões de hectares, frente aos 35,2 milhões da safra anterior.

A área de milho, por outro lado, deve avançar 5%. Mesmo com a redução, a produção de soja norte-americana pode se manter próxima de 120 milhões de toneladas. No Brasil, a expectativa é de manutenção da área plantada, o que deve manter o potencial de produção acima de 170 milhões de toneladas. Argentina e Paraguai também projetam alta na produção, com 52 milhões e 11 milhões de toneladas, respectivamente. O cenário de consumo, no entanto, traz incertezas, especialmente em relação às políticas ambientais dos Estados Unidos e ao impacto da inflação global nos preços dos alimentos. Caso a demanda desacelere, há potencial para um novo aumento dos estoques mundiais na próxima temporada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.