01/Apr/2025
Segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta segunda-feira (31/03), a colheita da soja em Mato Grosso tem provocado alta no preço do frete no Estado. A alta de preços ocorreu especialmente nas regiões nas quais a colheita se intensificou primeiro, com destaque para o médio-norte. Assim, ao longo de fevereiro ocorreu avanço das cotações de frete no Estado de forma mais generalizada. Em Sorriso, por exemplo, o frete de soja para o Porto de Santos (SP) subiu 7% em fevereiro, para R$ 490,00 por tonelada. Para o Porto de Paranaguá (PR), a alta foi de 8%, a R$ 460,00 por tonelada. A alta mais expressiva no mês, no Estado, ocorreu em Querência, onde o valor para o Porto de Santos subiu 11%; para Araguari (MG), 25%; para Colinas (TO), 21% e para São Luís (MA), 20%. Na atual safra, referente ao ciclo 2024/2025, diversos fatores têm contribuído para a alta do transporte de grãos.
Primeiramente, a safra recorde de soja, superior a 46 milhões de toneladas em Mato Grosso, ou 7 milhões a mais ante 2023/2024, é um fator de alta. Em segundo lugar, a concentração da colheita em um curto intervalo de tempo. A produção já havia sido majoritariamente implantada em uma curta janela, com cerca de 90% realizados em apenas cinco semanas. O fato de ter chovido muito em janeiro, o que postergou os trabalhos de campo, contribuiu para um represamento ainda maior da soja a ser colhida. Com a redução das chuvas, houve, "de repente", uma enorme quantidade de soja a ser transportada. Adicionalmente, o referido atraso fez com que tenha ocorrido coincidência no período da colheita com outros Estados, que passaram a concorrer pela oferta de caminhões, como, por exemplo, Tocantins, Goiás e Bahia. Em uma safra sem intercorrências, isso não aconteceria.
Os preços altos do milho têm pressionado a urgência para o escoamento da soja, sendo certo que Mato Grosso deverá produzir uma grande safra de milho a ser injetada no mercado em meados de 2025. Ou seja, serão poucos meses para liberação de espaço e de corredores para mais uma grande safra estadual, o que eleva a necessidade de se escoar a produção colhida o mais rapidamente possível. Ainda sobre a pressão nos fretes, Mato Grosso já se encaminha para o fim da colheita de soja. No entanto, há muito produto armazenado, em razão da produção recorde, que deverá movimentar os corredores nos próximos meses, mantendo o suporte às cotações de fretes rodoviários, porém de forma mais consistente e continuada, sendo provável que em patamar um pouco inferior ao registrado na safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.