27/Mar/2025

No mercado interno de soja, os preços registram leve alta entre R$ 0,50 e R$ 1,00 por saca de 60 Kg nesta quarta-feira (26/03). O dólar, depois de recuar 0,75% na terça-feira (25/03), quando chegou a esboçar fechamento abaixo da linha de R$ 5,70, voltou a subir e terminou esta quarta-feira (26/03) na casa de R$ 5,73. Os negócios no mercado local foram guiados predominantemente pelo ambiente externo, marcado por fortalecimento da moeda norte-americana, embora analistas tenham identificado uma volta do desconforto com o quadro político e fiscal doméstico. Apesar da alta de commodities como minério de ferro e petróleo, investidores voltaram a recompor posições defensivas em dólar. Houve vários rumores sobre os próximos passos da política comercial norte-americana em meio à contagem regressiva pelo anúncio das chamadas tarifas recíprocas pela administração Donald Trump, em 2 de abril.

Essa questão das tarifas deixa o dólar mais volátil. Dado o nível de juro real brasileiro, a taxa de câmbio deveria estar em nível mais baixo. Mas, há temores de aumento de medidas populistas do governo, o que têm atrapalhado o Real. Além das incertezas em torno da reforma da renda, em especial as dúvidas sobre as compensações para a perda de receita provocada pela isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil mensais, houve desconforto nos últimos dias com a demanda pelo chamado consignado privado. Avalia-se que há uma incompatibilidade entre a tentativa do governo de estimular o consumo e o aperto monetário conduzido pelo Banco Central, que busca moderar a atividade para ancorar as expectativas de inflação. Com máxima a R$ 5,74, o dólar encerrou a sessão em alta de 0,41%, cotado a R$ 5,73, passando a apresentar valorização de 0,26% na semana.

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira (26/03), devolvendo ganhos registrados mais cedo. O vencimento maio da oleaginosa cedeu 0,75 cent (0,07%), e fechou a US$ 10,01 por bushel. Os preços foram impulsionados inicialmente por compras de oportunidade, após três sessões consecutivas de perdas. O fortalecimento do petróleo, que faz com que as refinarias tenham mais incentivo para misturar biodiesel ao diesel, também deu algum suporte. No entanto, continuaram pesando sobre os negócios as disputas tarifárias entre Estados Unidos e alguns de seus principais parceiros comerciais, que podem se intensificar em 2 de abril, com ameaças de tarifas recíprocas. Além disso, o governo dos Estados Unidos está considerando taxas portuárias adicionais para embarcações construídas ou operadas por chineses, com algumas cobranças chegando a US$ 1,5 milhão. De acordo com várias entidades do setor agrícola dos Estados Unidos, a medida, se aprovada, vai elevar custos de frete e prejudicar as exportações norte-americanas. O avanço do dólar ante o Real e a ampla oferta brasileira no mercado de exportação também pressionaram as cotações.

No Paraná, na região de Cascavel, os compradores indicam R$ 127,00 por saca de 60 Kg CIF indústria e entre R$ 125,50 e R$ 126,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Também há indicação de R$ 134,00 por saca de 60 Kg CIF no Porto de Paranaguá, nos mesmos prazos. Para a safra 2025/2026, a indicação é de R$ 138,00 por saca de 60 Kg CIF no Porto de Paranaguá e R$ 120,00 por saca de 60 Kg em Cascavel, para entrega e pagamento entre fevereiro e março do ano que vem. Em Mato Grosso, na região de Nova Mutum, as indicações estão entre R$ 108,00 e R$ 109,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento no fim de abril. Também há indicação entre R$ 112,00 e R$ 113,00 por saca de 60 Kg, para embarques em maio e pagamento em junho. Para safra 2025/2026, há indicação de R$ 110,50 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em março de 2026 e pagamento em abril.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.