26/Mar/2025
No mercado interno de soja, os preços registram leve queda entre R$ 0,50 e R$ 1,50 por saca de 60 Kg nesta terça-feira (24/03). O dólar interrompeu uma sequência de altas e encerrou esta terça-feira (25/03) em queda no Brasil, mas ainda acima dos R$ 5,70, com as cotações reagindo à divulgação da ata do último encontro do Copom e ao recuo da moeda norte-americana no exterior. O dólar fechou em baixa de 0,78%, a R$ 5,70 após ter subido nas três sessões anteriores. No ano, a divisa dos Estados Unidos acumula queda de 7,62% ante o Real. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou a ata do encontro da semana passada, quando o colegiado subiu a taxa Selic em 100 pontos-base, para 14,25% ao ano, sinalizando a intenção de promover novo aumento em maio, desta vez de menor intensidade.
O Banco Central citou a elevada incerteza e reforçou que o ciclo de alta de juros não está encerrado. A ata pontuou ainda que o cenário de convergência da inflação à meta torna-se mais desafiador com expectativas desancoradas para prazos mais longos e exige uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado. Para analistas, a ata foi "hawkish" (dura com a inflação), o que contribuiu para a queda do dólar ante o Real. O mercado desmontou posições defensivas no dólar e houve fluxo de entrada de moeda. Na prática, uma Selic mais elevada, e por mais tempo, amplia o diferencial de juros do Brasil, o que favorece a entrada de dólares no País, pesando nas cotações. Além do fator interno, o câmbio no Brasil era influenciado pela queda do dólar ante outras divisas no exterior.
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (25/03). O mercado foi influenciado em parte pelas incertezas geradas pela guerra tarifária dos Estados Unidos. O país já implementou tarifas de 20% sobre bens da China, e o país asiático respondeu com tarifa de 10% sobre a soja norte-americana. Agora, o governo norte-americano anunciou tarifas de 25% contra países que compram petróleo da Venezuela. Acontece que a China absorve cerca de 68% das exportações venezuelanas de petróleo como parte do pagamento da dívida que o país sul-americano tem com o gigante asiático. Ou seja, aos 20% iniciais poderiam ser acrescentadas tarifas de 25% contra o principal importador mundial de soja. O vencimento maio da oleaginosa perdeu 5,50 cents (0,55%), e fechou a US$ 10,01 por bushel. A ampla oferta brasileira no mercado de exportação também pesou sobre os contratos.
Em São Paulo, na região de Campinas, os compradores indicam no mercado spot entre R$ 134,00 e R$ 135,00 por saca de 60 Kg CIF no Porto de Santos, para entrega em abril e pagamento no início de maio, e R$ 137,00 por saca de 60 Kg nas mesmas condições, mas para entrega em maio e pagamento em junho. Para a safra 2025/2026, a indicação é de R$ 135,50 por saca de 60 Kg CIF no Porto de Santos, para entrega em fevereiro e pagamento em abril, e R$ 136,50 por saca de 60 Kg, para entrega em março e pagamento em abril nas mesmas condições. Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, a indicação é de R$ 114,00 por saca de 60 Kg, para embarque e pagamento em abril. Para a safra 2025/2026, a indicação é de R$ 115,00 por saca de 60 Kg ou US$ 18,00 por saca de 60 Kg, para embarque em fevereiro de 2026 e pagamento em abril. As perdas foram limitadas pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. A expectativa de uma área semeada menor nos Estados Unidos também impediu uma queda mais acentuada.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.