26/Mar/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta terça-feira (25/03). O mercado foi influenciado em parte pelas incertezas geradas pela guerra tarifária dos Estados Unidos. O país já implementou tarifas de 20% sobre bens da China, e o país asiático respondeu com tarifa de 10% sobre a soja norte-americana. Agora, o governo norte-americano anunciou tarifas de 25% contra países que compram petróleo da Venezuela. Acontece que a China absorve cerca de 68% das exportações venezuelanas de petróleo como parte do pagamento da dívida que o país sul-americano tem com o gigante asiático. Ou seja, aos 20% iniciais poderiam ser acrescentadas tarifas de 25% contra o principal importador mundial de soja. O vencimento maio da oleaginosa perdeu 5,50 cents (0,55%), e fechou a US$ 10,01 por bushel.
A ampla oferta brasileira no mercado de exportação também pesou sobre os contratos. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita no Brasil atingia, até o dia 23 de março, 76,4% da área plantada, avanço de 6,6% na comparação com a semana passada. Em comparação com igual período da safra 2023/2024, quando 66,3% da safra havia sido ceifada, os trabalhos, agora, estão 10,1% adiantados. A representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília elevou sua previsão para a safra brasileira 2024/2025 de 165 milhões de toneladas para 169,5 milhões de toneladas. As perdas foram limitadas pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. A expectativa de uma área semeada menor nos Estados Unidos também impediu uma queda mais acentuada. É uma semana de muita especulação na Bolsa de Chicago. A aposta é de queda na área de soja e aumento no milho, mas o quanto o USDA vai cortar é o que o mercado quer antecipar.