25/Mar/2025
No mercado interno de soja, os preços registraram leve baixa entre R$ 1,00 e R$ 1,50 por saca de 60 Kg nesta segunda-feira (24/03). O dólar emplacou nesta segunda-feira (24/03) a terceira sessão consecutiva de alta no Brasil, impulsionado por ruídos no mercado após fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o arcabouço fiscal e pelo avanço da moeda norte-americana no exterior, em meio a dúvidas em torno da aplicação de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos. O dólar fechou em alta de 0,65%, a R$ 5,75. Em três dias úteis, a divisa acumulou ganhos de 1,84%, mas, no ano, tem recuo de 6,90%. Haddad afirmou que quando o País tiver estabilidade da dívida pública, além de Selic e inflação comportadas, será possível mudar parâmetros que balizam o arcabouço, mas não a arquitetura baseada em limite de gasto e meta de resultado primário. Os comentários estressaram as cotações, com parte do mercado enxergando certo risco na fala, ainda que Haddad não tenha sugerido de fato mudanças que possam enfraquecer o arcabouço. Passada essa pressão, o dólar perdeu força, mas ainda assim se manteve no território positivo, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior. Por trás do movimento estavam os receios em torno das tarifas comerciais dos Estados Unidos.
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve baixa nesta segunda-feira (24/03). Traders mantiveram uma postura cautelosa, de olho nos possíveis desdobramentos das disputas tarifárias entre Estados Unidos e alguns de seus principais parceiros comerciais. Essas disputas podem se intensificar a partir de 2 de abril, se os Estados Unidos realmente implementarem tarifa de 25% contra produtos mexicanos e canadenses, além de tarifas recíprocas. O mercado está operando com pouco risco. A procura é por ativos com mais previsibilidade, porque as tarifas estão no radar e aumentam a insegurança. O vencimento maio da oleaginosa recuou 2,50 cents (0,25%), e fechou a US$ 10,07 por bushel. O avanço do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras, também pressionou as cotações. A ampla oferta do Brasil no mercado de exportação foi outro fator baixista para os contratos. As perdas foram limitadas por recompras de posições vendidas.
No Paraná, na região de Guarapuava, a demanda está aquecida, mas os acordos acontecem de maneira pontual. No Porto de Paranaguá, os compradores do mercado spot indicam R$ 136,50 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em abril e pagamento em maio. Para a safra 2025/2026, a indicação é de R$ 137,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em fevereiro e pagamento em abril. Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, há registro de negócios a R$ 113,00 por saca de 60 Kg, para pagamento dentro do próprio mês. Para pagamento no fim de abril, o valor é de R$ 115,00 por saca de 60 Kg FOB. Para pagamento em maio, há registro de negócios a R$ 116,50 por saca de 60 Kg FOB. Também há indicação de compra a R$ 120,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em maio e pagamento em agosto. Para a safra 2025/2026, os compradores indicam entre R$ 112,00 e R$ 116,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em fevereiro e pagamento em abril. Os negócios ainda estão restritos ao barter, com produtores priorizando trocas por fertilizantes e insumos.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.